Adélia Prado vence Prêmio Camões 2024 e aumenta lista de conquistas

Da Redação

Considerada, por muitos, a maior poeta viva do Brasil e uma das maiores da história, a poeta, professora, filósofa, romancista e contista divinopolitana, Adélia Prado, continua marcando seu nome e conquistando importantes premiações. 

Depois de conquistar o Prêmio Machado de Assis na última semana, nesta, Adélia foi anunciada como a vencedora do Prêmio Camões 2024, o mais importante da Língua Portuguesa. Além do reconhecimento, a conquista paga um prêmio de 100 mil euros, R$ 591 mil. Pelo Machado de Assis, ela recebeu R$ 100 mil. 

A escolha se deu após um júri popular, que aconteceu de maneira virtual e contou com a presença de professores e escritores, entre eles: o escritor e professor Deonisio da Silva (Brasil), o professor e pesquisador Ranieri Ribas (Brasil), o filósofo e crítico de arte poética Dionisio Bahule (Moçambique), o professor Francisco Noa (Moçambique), a professora Clara Crabbé Rocha (Portugal) e a professora Isabel Cristina Mateus (Portugal).

Mesmo há dez anos sem lançar uma obra, o júri entendeu que Adélia é autora de uma obra original e que se estende por décadas, com destaque para produções poéticas. Além disso, ela é voz inconfundível na Literatura. A poeta pretende lançar um livro de inéditas ainda neste ano. 

Prêmio Camões

A premiação foi criada em 1988 e tem como objetivo consagrar autores importantes e que marcaram a história da língua portuguesa, com contribuições para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural.

É considerado o mais importante prêmio da Língua Portuguesa e contempla, anualmente, autores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Por isso, a comissão julgadora é composta por representantes do Brasil, de Portugal e de países africanos de língua oficial portuguesa.

O autor vencedor, além de ter o conjunto de sua obra reconhecido, recebe um prêmio no valor de 100 mil euros. Metade deste valor é subsidiado pela Fundação Biblioteca Nacional.

Outras conquistas

Adélia já havia sido reconhecida no último dia 20, como vencedora do Prêmio Machado de Assis. A conquista foi anunciada pela Academia Brasileira de Letras (ABL) e receberá o prêmio no dia 19 de julho, em um evento de aniversário da ABL. 

Assim como o Camões, o Prêmio Machado de Assis busca reconhecer autores que se destacaram pelo conjunto de suas obras. Ela foi a 11ª mulher a vencer e faturou cerca de R$ 100 mil.

No entanto, essas não são as duas únicas premiações de Adélia, muito pelo contrário, a lista é bem extensa. No ano de 1978, ela ganhou o primeiro grande reconhecimento, com a conquista do Jabuti de Literatura. Depois, a divinopolitana venceu o prêmio de literatura infantojuvenil em 2007.

Em 2010, duas conquistas. Adélia ganhou o prêmio literário da Fundação Biblioteca Nacional e o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte. A segunda metade da década reservou mais três prêmios, com a conquista do Prêmio Clarice Lispector, em 2016, da Literatura do Governo de Minas Gerais, em 2017, e da Associação de Artistas e Designers de Artes Aplicadas da Sérvia.

Vida 

Adélia Luzia Prado de Freitas nasceu em Divinópolis no ano de 1935. Formada como professora, ela dedicou 24 anos de vida a este trabalho, até decidir focar na carreira de escritora. 

As obras de Adélia retratam, com perplexidade e encanto, o cotidiano. Uma de suas principais características sempre foi se nortear pela fé cristã, permeada pelo aspecto lúdico. Seu papel na literatura está muito além das obras, já que ela foi símbolo de revalorização do feminino nas letras e da mulher como ser pensante, tendo-se em conta que Adélia incorpora os papéis de intelectual e de mãe, esposa e dona-de-casa.

Atualmente, Adélia tem 88 anos e mora em Divinópolis. No final de 2023, a poeta anunciou que pretende lançar, no segundo semestre deste ano, um novo livro. A obra busca dialogar com a dor e a angústia vividas nestes 10 anos que passou sem escrever e deve se chamar “Jardim das Oliveiras”. 

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