O presidente Lula da Silva (PT) desembarcou ontem em Minas Gerais, onde cumpre agendas oficiais nas cidades de Contagem, Belo Horizonte e Juiz de Fora. Impossibilitado de visitar o Estado em 2023, esta é a quarta passagem do petista em terras mineiras. No entanto, não se trata apenas de visita a obras, ou cortesia, o foco principal é outubro. Não por acaso, as cidades visitadas têm chefes do Executivo do mesmo partido do presidente. Uma delas, Contagem, que tem Marília Campos à frente da Prefeitura e candidata à reeleição. Em Belo Horizonte, onde assina um pacto de trabalho no setor da Energia e da Mineração e contratos de redes de transmissão de energia estimados em R$ 3,5 bilhões, esteve ao lado de Rogério Correia, pré-candidato na disputa pela prefeitura da capital. Isso tudo ontem. Hoje, a agenda é em Juiz de Fora, acompanhado da prefeita Margarida Salomão, outra pré-candidata do PT à reeleição. E pode ter certeza, que a quinta visita daqui até a votação deve está encaminhada. O maior representante do partido no país, certamente, tenta evitar o resultado pífio nos grandes centros mineiros nas eleições de 2020.
Só uma
A preocupação de Lula, como dito acima, é repetir os resultados de quatro anos atrás. Em 2020, o PT não conseguiu eleger prefeitos nas capitais e Contagem, com 620 mil habitantes, foi a maior cidade no Estado, onde a sigla conseguiu vencer a disputa municipal, com a eleição de Marília Campos, pré-candidata neste ano. Ela espera maior apoio do governo federal para tirar do papel antigas demandas de infraestrutura na cidade que é grudada em Belo Horizonte. No momento, são realizadas no município, obras da Avenida Maracanã, via de 4,5 quilômetros, que além da integração com cidades próximas, contempla a construção de um canal de macrodrenagem de 3,5 km de extensão para evitar problemas de inundação. Precisa de uma campanha política melhor?
Não é diferente
Ações como esta, são comuns no Brasil em anos eleitorais. Do pequeno ao maior município é o período que mais aparecem anúncios de obras, finalização, recursos para isso, para aquilo, mas a maioria, infelizmente, morre no campo das promessas. Quem precisa ficar atento é o eleitor, os quais acreditam até em melhorias garantidas por vereadores, o que não é sua função. Deixam de legislar e fiscalizar para prometer, como se fosse prefeito. No mínimo, indica uma emenda ou, caso seja chegado do prefeito, consegue uma coisa ali, outra aqui. Mas, confiar na promessa de vereador, jamais. Os sérios e que têm boas intenções, não fazem isso.
Atos infracionais
Infelizmente a violência disseminada no meio a população não tem crescido somente com envolvimento de adultos. O ato infracional equiparado ao estupro de vulnerável cometido por crianças e adolescentes que cresceu 222% em um ano. Foram nove casos em 2022 e 29 no ano passado. É o que mostra o “Relatório Estatístico”, divulgado pela Vara Infracional da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, nesta semana, sobre atendimentos e medidas socioeducativas aplicadas a menores. Conforme os números, em 2023, cerca de 3,2 mil adolescentes foram apreendidos e encaminhados ao Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional. O relatório revela que os principais atos infracionais são o tráfico de drogas (35,5%), o furto (9%) e a lesão corporal (7,5%). Os dados também destacam que os autores de atos infracionais praticados em ambiente escolar são, na maioria dos casos, do sexo masculino e com idade entre 14 e 16 anos. É como fala um refrão de uma música sertaneja de sucesso nas vozes de Guilherme & Benuto e Simone Mendes: “Aí eu vou dizer o quê?
Não vai longe
A Polícia Civil de Minas apreendeu em operação que cumpriu dez mandados de busca e apreensão e de internação provisória, três adolescentes, de 15 e 16 anos. Eles são investigados pela morte de um casal – um homem, de 20 anos, e uma mulher, de 28 – ocorrida em Bambuí. Conforme investigação da PC, na madrugada de 21 de dezembro de 2023, os adolescentes, acompanhados de um jovem de 18 anos, agrediram brutalmente o casal com faca, resultando nas mortes. Depois do crime, uma motocicleta das vítimas foi levada por eles e a motivação — a mais comum em casos assim —foi o tráfico de drogas. 15 e 16 anos. Totalmente dentro das idades citadas na pesquisa. Muito triste!
