Batendo Bola: vexame mais que esperado

José Carlos de Oliveira

jcqueroviver@hotmail.com.br

Vexame mais que esperado

A seleção brasileira acabou derrotada pelo Uruguai na disputa de penalidades máximas (4 a 2), depois de empate sem gols no tempo regulamentar. O Brasil deixa a Copa América, disputada nos Estados Unidos, pela porta dos fundos, com campanha pífia, para ser apagada dos livros da história do nosso futebol, com apenas uma vitória em quatro jogos. E não foi por falta de aviso. Este atual time está longe de representar o que temos de melhor no futebol brasileiro. 

Ego enorme

Por terem carreira consolidada na Europa, para onde se transferiram ainda jovens, a maioria dos jogadores vive longe da realidade, ‘pensando ser craques’, quando a atuação com a camisa amarelinha mostra uma verdade bem diferente. Alguns podem até se dar bem em seus clubes, mas estão longe de ser os ‘fenômenos’ que julgam ser. Estão anos-luz de tornar isto uma verdade. E não vou nem citar nomes, tão somente para não machucar (ou inflar) ainda mais o ego de alguns. Prefiro deixar que os torcedores (aqueles que ainda têm alguma ilusão com a seleção) façam isso, analisem bem um a um e comecem a separar o joio do trigo.

Falta comando

E não é somente dentro das quatro linhas que o Brasil ficou devendo, não. Também nos bastidores deve ter algo de muito errado para os lados do escrete canarinho. E a cena (horripilante) que rodou o mundo no jogo frente ao Uruguai, no deserto de Nevada, é a maior prova disso. Onde já se viu numa disputa de pênaltis, valendo classificação para uma competição continental, o treinador ser deixado de lado pelos jogadores, que fizeram a ‘rodinha’ entre eles mesmo, com Dorival assistindo passivo de fora?

Nestas horas, é a voz do comandante que deveria falar mais alto e tomar toda e qualquer iniciativa para levantar o astral do grupo. 

Falar menos

O que a maioria destes jogadores que hoje ‘envergonham‘ a amarelinha deveria fazer era colocar a cabeça no travesseiro e fazer uma ‘meia culpa’, assumindo de uma vez por todas que estão longe de ser os ‘craques’ que imaginam. Falar menos, deixar de procurar holofote na mídia e apenas jogar bola é a única receita para se redimirem agora.

Muitos culpados

E esse momento do futebol brasileiro tem, sim, alguns, para não dizer muitos, culpados. A começar pela imprensa – e grande parte da torcida – que transforma jogadores medianos em verdadeiros astros do futebol de um dia para o outro, num abrir e fechar de olhos. Do nada, sempre aparece algum ‘novo monstro sagrado’, idolatrado por torcida e mídia, que na hora da ‘onça beber água’ sempre mostra quem realmente é: apenas um jogador mediano, que está anos-luz de ser realmente o ‘craque’, que muitos julgam ou imaginam ser.

Pés no chão

Como a notícia de agora é que os ‘homis’ da CBF pretendem manter o atual esquema, com Dorival Júnior no comando da seleção, que pelo menos os dirigentes cobrem mais humildade dos jogadores, que eles coloquem os pés no chão, deixem de ser ‘estrelas’ e passem a se considerar pessoas normais, que por momento têm o privilégio de vestir a ‘amarelinha’ e, como ‘grupo’, unam forças para tirar o futebol brasileiro do buraco onde eles mesmo o colocaram. 

Salvador da pátria

Após o vexame do fim de semana, parte da mídia – aquela que gosta de ‘passar pano’ – já vem com a notícia de que Dorival está preparando a volta de Neymar ao time, como se ele sozinho fosse resolver todos os problemas da seleção. Pode ser que ele, em parte, ajude a resolver a questão, pois afinal é o último grande jogador, craque de verdade, que apareceu por aqui, mas para isto se tornar verdade também ele tem que colocar a cabeça no lugar. Deixar de ser estrela para ser apenas jogador de futebol.

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