Itaúna é a cidade do Centro-Oeste de Minas entre as 200 melhores no Brasil para se viver, conforme o Índice de Progresso Social Brasil (IPSB). O índice que mede a qualidade de vida nas 27 unidades da federação apontou ainda que o município ocupa a 58ª posição a nível de Brasil e a 6ª no estado. Já nos grupos de cidades médias, que vão de 50 mil a 1 milhão de habitantes, Itaúna ficou em 25º lugar no país e em 4º lugar em Minas Gerais. Divinópolis não entrou sequer entre as 200 melhores. Na lista geral, a cidade ocupa a 293ª posição, com 65,99 pontos. O IPSB utiliza 52 indicadores secundários de fontes públicas – como o CadÚnico – com dados sociais e ambientais, para chegar ao índice geral do país, com nota de 0 a 100. Mas, se por um lado a Cidade do Divino deu um verdadeiro vexame em vários indicadores, por outro, foi promulgada ontem, 10, no Diário Oficial dos Municípios Mineiros, a Lei nº 9.430, de 8 de julho de 2024, que dispõe sobre a obrigatoriedade da Prefeitura de disponibilizar orientação sobre a necessidade de socorrer animais atropelados no âmbito do Município de Divinópolis – contém ironia.
A verdade é que, por aqui, se a lei dá ibope, curtida, compartilhamento e engajamento, então está tudo certo. Vale a pena. Agora, quando o assunto é trabalho sério, muitos representantes da cidade correm léguas. Não é possível contabilizar quantas normas foram promulgadas e sancionadas que não tem efetividade nenhuma. Ficam bonitas apenas no papel, nos discursos dos Poderes Legislativo e Executivo, e nos vídeos. Trouxe para a realidade, pronto, não funciona.
E, enquanto o relógio corre, os minutos passam e a vida real acontece, Divinópolis fica para trás, perdida no tempo. A prova está aí. Nos dados, nos fatos, que não existe opinião capaz de mudar. É real. Enquanto a cidade avança a passos lentos, é “atropelada” por outras menores do Centro-Oeste. Infelizmente, parte dos representantes está preocupada em fazer seus “shows particulares”. Enquanto existem problemas sérios, gravíssimos que a Divinópolis enfrenta, o que vale por aqui são leis e demais ações que, quando trazidas para o real tem pouca ou nenhuma efetividade.
O povo que lute. Os divinopolitanos que briguem para seguir iludidos, acreditando que “agora vai”, enquanto os dados escancaram a verdade: a cidade precisa de mais. A situação traz dois lados de uma mesma moeda. De um lado, o que consola é saber que, mesmo que tentem maquiar a realidade, uma hora ou outra a verdade vem à tona e escancara a situação. Mas, por outro, é justamente neste ponto que vem a preocupação e a pergunta: para onde Divinópolis está indo? Talvez todos estejam apenas andando em círculos e fazendo um grande espetáculo nas redes sociais. Apenas isso. O povo que siga iludido, mas lutando, para sobreviver a esta jornada que não dá em lugar nenhum.
