Jorge Guimarães
Para alívio dos divinopolitanos, pesquisa conduzida pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico-sociais (Nepes) da Faculdade Una Divinópolis, aponta para a redução no custo médio da cesta básica de alimentos em Divinópolis foi de R$ 609,70, em junho, representando uma diminuição de 0,33% em relação ao mês anterior, quando o custo era de R$ 611,72.
A pesquisa destacou variações significativas nos preços de alimentos essenciais, refletindo dinâmicas sazonais e condições climáticas variáveis. Um dos maiores aumentos foi registrado no preço médio do quilo da batata, com um expressivo crescimento de 27,45%. Apesar do avanço na safra das secas, as chuvas intermitentes reduziram o ritmo da colheita, mantendo os preços do vegetal em alta no varejo.
Outro produto que apresentou uma elevação significativa foi o preço médio do quilo da manteiga, com um aumento de 18,71%. A diminuição na oferta de leite no campo contribuiu para o encarecimento dos derivados lácteos no mercado varejista.
— Além disso, o café em pó também teve um aumento considerável de 10,04% no seu preço médio. A especulação em torno da redução na oferta global devido a problemas na safra do café robusta no Vietnã impactou diretamente o preço final do produto, afetando o consumidor no varejo — explicou o coordenador do Nepes, professor Wagner Almeida.
Por outro lado, algumas mercadorias apresentaram redução de preços entre maio e junho. O quilo da banana registrou uma queda de 14,41%, enquanto o feijão e o açúcar também tiveram diminuições significativas, com reduções de 12,45% e 10,96% respectivamente.
— Essas flutuações nos preços dos alimentos, apresentadas pela pesquisa, fornecem esclarecimentos valiosos sobre as condições econômicas e climáticas que afetam diretamente o custo de vida e o poder de compra dos consumidores. Essas informações são cruciais para orientar políticas públicas e estratégias de mercado que visem minimizar impactos negativos sobre a inflação e a segurança alimentar — avalia o economista Lázaro Ribeiro.
Pesquisa
A pesquisa, realizada entre os dias 21 e 27 de junho, pelo Nepes em sete supermercados de Divinópolis, revelou detalhes importantes sobre o custo da Cesta Básica de Alimentos na região. A cesta, composta por 13 produtos essenciais como parte integrante da dieta básica, foi meticulosamente escolhida por conter quantidades equilibradas dos nutrientes necessários para a saúde e o bem-estar de um trabalhador adulto ao longo de um mês.
Os supermercados incluídos na pesquisa foram selecionados por possuírem estruturas completas, incluindo açougue, padaria e hortifrúti, garantindo uma amostragem representativa dos preços praticados no varejo local. Essa abordagem permitiu ao Nepes obter uma visão abrangente das variações nos preços dos alimentos essenciais, oferecendo dados fundamentais para análise econômica e política.
Um dos aspectos também analisados foi o impacto do custo da cesta básica em relação ao salário mínimo líquido. Após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, constatou-se que, em junho de 2024, os trabalhadores remunerados pelo salário mínimo nacional comprometeram em média 46,7% de seu rendimento para adquirir esses produtos alimentícios básicos. Em comparação, no mês anterior, em maio, essa proporção foi ligeiramente maior, correspondendo a 46,8% da renda líquida.
— Esses dados ilustram não apenas a dinâmica dos preços dos alimentos essenciais na economia local, mas também fornecem visão cruciais sobre o impacto desses custos no orçamento dos trabalhadores. A pesquisa desempenha um papel fundamental ao informar decisões governamentais e empresariais voltadas para a segurança alimentar e o bem-estar econômico da população — pontua o economista.
Impacto
A redução do preço da cesta básica exerce um impacto substancial tanto na economia em geral quanto nas finanças familiares dos brasileiros. A diminuição não apenas alivia o peso financeiro das famílias, mas também tem repercussões positivas mais amplas.
— Primeiramente, quando os preços dos alimentos básicos caem, as famílias experimentam um alívio imediato em seus orçamentos mensais. Uma parte significativa do rendimento familiar é frequentemente destinada à alimentação, especialmente para aqueles com renda mais baixa. Portanto, preços mais baixos permitem que as famílias comprem mais alimentos ou direcionem esses recursos para outras necessidades essenciais, como saúde e educação — detalha Ribeiro.
Assim, a redução nos preços da cesta básica também pode contribuir para a diminuição da inflação. Uma vez que os alimentos são itens essenciais e têm um peso considerável nos índices de preço ao consumidor, a queda pode ajudar a controlar a inflação geral, criando um ambiente econômico mais estável.
— Na economia como um todo, a redução dos preços da cesta básica pode ter efeitos positivos significativos. Por exemplo, ela pode estimular o consumo interno, à medida que as famílias têm mais poder de compra e podem adquirir não apenas alimentos, mas também outros produtos e serviços. Isso, por sua vez, pode impulsionar a produção e o emprego em setores relacionados ao consumo doméstico — esclarece Lázaro.
Adicionalmente, a queda nos preços dos alimentos básicos pode reduzir a pressão sobre os programas sociais e de assistência do governo, que muitas vezes precisam intervir para apoiar famílias em situações de vulnerabilidade alimentar.
— Portanto, a redução do preço da cesta básica não é apenas uma questão de economia familiar, mas também tem um impacto significativo no panorama econômico nacional, influenciando desde o consumo até a estabilidade financeira das famílias e a política econômica como um todo — finaliza o economista.
