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Trabalho árduo

by JORNAL AGORA

Divinópolis testemunhou ontem mais uma tentativa de fazer com que a Unidade de Pronto Atendimento Padre Roberto (UPA 24h) funcione e dê ao povo o mínimo de qualidade e segurança. Pouco mais de dez anos após ser inaugurada, a unidade ganhou um novo gestor. O CIS-URG Oeste, consórcio que também administra o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), assumiu a administração e, já na solenidade, a fala que marca é: “temos muitos desafios”. Sim, isso é fato! Afinal, não é possível, em um primeiro momento, sequer sonhar que a UPA se tornará um exemplo de atendimento de urgência e emergência a curto prazo. 

O consórcio é o quarto gestor da estrutura, que há uma década é marcada pelo caos, por críticas da população e pela superlotação. O sonho do modelo de gestão perfeito ficou apenas no papel. Na teoria, o sistema funcionaria mais ou menos assim: paciente daria entrada na unidade, triado de acordo com o protocolo de Manchester e ficaria internado no máximo por até seis horas, dependendo da gravidade do caso. Isso no papel, apenas no papel. 

Talvez o que os governantes da época não tenham levado em consideração era o fato de que o Sistema Único de Saúde (SUS) foi feito para funcionar de forma sistêmica – como está no nome. Ou seja, Atenção Básica, a urgência e emergência e hospitais estão unidos. Tudo está interligado. Automaticamente, se um não funciona, o outro será sufocado. 

O fato é que dá, sim, para se ter um atendimento humanamente possível quando se tem uma boa gestão. E, é isso que a população anseia desde 2014. Humanidade. Empatia. Olhares que salvam, acolhem e conseguem enxergar que ali existe uma pessoa, uma família, não apenas um número ou um atendimento. Quem está lendo estas linhas pode achar um pouco utópico e sonhador. Mas, talvez não. É possível encontrar humanidade em meio ao caos e se tornar exemplo. Enquanto o CIS-URG se ambienta, o fato é que ainda tem muita coisa para ser feita na saúde pública de Divinópolis. Afinal, existem ainda “duas pontas” que precisam estar amarradas e em sintonia para que a saúde pública de Divinópolis funcione. Pois, de nada adianta a unidade ser exemplo, ter uma gestão de excelência, se existem “gargalos” para trás, como a falta leitos hospitalares. 

O trabalho ainda é árduo e exigirá interesse e articulação política. E porquê não cobrar? Afinal, Divinópolis tem dois representantes na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), um na Câmara dos Deputados e um no Senado. Se as paixões e ideologias forem deixadas de lado e os esforços se unirem em prol de um único propósito, quem sabe a coisa não funciona? Isso é muito mais do que sonhar, é exigir que os representantes cumpram com suas obrigações, pois de nada adianta ter apenas uma engrenagem funcionando se todo o resto está emperrado. Com disposição política e o desejo de fazer história em prol dos divinopolitanos, é possível. Basta querer.

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