De acordo com o dicionário, ilusão é: “falta de percepção ou de entendimento que prejudica os sentidos; compreensão errada da mente”; “confusão que faz com que alguém não consiga distinguir a aparência da realidade”; “confusão entre aquilo que não existe (falso) e o que existe realmente (verdadeiro)”; “devaneio ou sonho. Procedimento que visa enganar; mentira”. As definições são as mais variadas possíveis, e todas vão de encontro a um ponto: período eleitoral. Esta é a época do ano em que a ilusão está mais em “voga”. O que não faltam são promessas. Mas a grande questão aqui talvez seja, não apenas apontar os políticos como culpados por iludirem, mas gerar uma reflexão, sobre a responsabilidade da população que apesar de calejada, segue querendo ser iludida. Se for fazer uma análise da linha do tempo, não faltaram promessas em 2020. A verdade é que se de um lado os políticos fazem promessas, do outro os eleitores gostam de se iludir. Não existe na história do Brasil um governante que tenha sido eleito falando totalmente a verdade: “olha não tem condições de terminar esta obra”; ou ainda “esse serviço está ruim, mas não tem como tirá-lo, existem implicações legais que impedem”. E, de promessa em promessa, de ilusão em ilusão, o povo se limitou aos discursos já decorados, que assim como as ilusões, se fazem presente daqui até outubro: “ah fulano não fez nada e aparece só agora”; ou “teve quatro anos para fazer e não fez”. De fato, encarar a verdade é muito doloroso, e por diversas vezes o mundo de ilusão é mais gostoso, é mais “quentinho”, porém hora ou outra a realidade vem à tona, e aí não tem escapatória. Hora ou outra, o “depois da promessa” chega, vem com tudo, esfregando na cara da população que a realidade existe, e ela é implacável. Não existe discurso bonito capaz de mudá-la. O real exige muito. Exige esforços, ação, e ação baseada em normas, em leis… quer os eleitores queiram ou não. Por mais que viver na ilusão seja o que todos desejam, mas é fato que é como dizem por aí:” a verdade dói apenas uma vez”, mas a mentira dói cada vez que é lembrada.
E, talvez seja exatamente por isso que o Brasil esteja do jeito que está. Nada que é feito com base em mentiras tem como prosperar. Neste caso não existem bandidos e mocinhos. Todos estão juntos, mesmo que iludidos, caminhando de mãos dadas no mesmo ciclo. O ciclo das promessas que nada muda, que nada melhora. Que não muda o real. O ciclo que se vai com o vento. Com a chegada de mais um período eleitoral, e da abertura da temporada de promessas, talvez seja o momento de o eleitor refletir: o que de fato dá para ser feito em meio ao caos que todos vivem? E, encarar a verdade para assim, quem sabe, conseguir eleger bons representantes. Afinal, não dá para ignorar o abismo que existe entre a ilusão e a verdade.
