O perfil do eleitorado divinopolitano mudou. Além de crescer, os dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) mostraram que o voto facultativo, ou seja, adolescentes de 16 e 17 anos e idosos com mais de 70 anos, também aumentaram. Dizem por aí que “água mole em pedra dura tanto bate até fura”. E, sim, talvez essa citação não seja apenas um ditado, mas uma constatação. Afinal de contas, já não era sem tempo para que a população como um todo começasse a se interessar por política, e quem sabe, ir pouco além, enxergar a sua parcela de responsabilidade na atual situação que o Brasil se encontra. Pois, se tem algo que é fácil de constatar é que a construção de uma cidade, de um país, de uma democracia é feita em uma via de mão dupla. De nada adianta fazer escolhas por fazer, sem ter uma base sólida, e depois cobrar como se tivesse escolhido os seus representantes baseados em estudos e ações. Essa é uma conta que definitivamente nunca vai fechar. A verdade é que para cobrar é preciso antes de tudo fazer a sua parte, o seu dever de casa, e ter a certeza de que o resultado só vem se houver a soma de esforços de todos na mesma direção.
Com a proximidade do período político é impossível não refletir sobre a responsabilidade de cada um, e sobre o que cada um quer. Já está mais do que provado que essa polarização que afetou o Brasil de 2018 para cá, trouxe retrocessos incalculáveis. De fato, chegou o momento de muito mais do que se interessar, a população debater a política. Afinal, quem paga essa conta salgada no fim é o povo. Mas, o debate é no sentido literal da palavra: “Discutir apresentando argumentos”. Trazendo argumentos sólidos, que consigam ir além do “mas e o PT?”, “e o Bolsonaro”, pois no “fritar dos ovos”, estão todos juntos no mesmo barco, alguns em “cabines privilegiadas”, porém todos pagando a mesma conta – mesmo que para alguns ela seja mais salgada. É chegado o tempo de escolhas, e são essas escolhas que definirão como Divinópolis será nos próximos quatro anos. Além do aumento de eleitores que têm voto facultativo, o TRE mostrou ainda o aumento na escolaridade do eleitorado. O que mostra que os candidatos terão que trabalhar um pouco mais para conquistar a confiança de parte dos seus eleitores.
Sim, isso é um bom sinal. Afinal, é preciso, aliás é mais do que necessário que se melhore o nível do debate entre os candidatos. Se faz necessário que cobranças plausíveis sejam feitas, e soluções sejam apontadas. Mas, para que os governantes apontem soluções dos problemas, antes de mais nada, é primordial que o povo saiba o que está cobrando, o que quer, e quais caminhos são necessários para chegar à solução. Essa mudança no perfil do eleitorado divinopolitano traz uma pontinha de esperança de que a cidade possa dar o primeiro passo rumo ao caminho do desenvolvimento, que foi deixado para trás há anos. E, se tem algo que também é fato, é que para se ter novos resultados, é preciso ter mudanças. Então, que cada um faça o seu dever de casa, pois uma cidade só é construída nessa vida de mão dupla. É cada um com a sua obrigação.
