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Um hino para Divinópolis

by JORNAL AGORA

Augusto Fidelis

Era noite de inverno. O vento gelado assobiava nas janelas, ao mesmo tempo em que uma névoa fina teimava em cobrir a cidade. A iluminação pública mal permitia que os transeuntes distinguissem os logradouros. Numa das residências da Divinópolis antiga, a professora de música Simpliciana Corrêa Brandão, conhecida como dona Inhazinha, pusera um bolo para assar, sob o olhar ansioso de suas filhas: Caetana e Celeste.

Neste momento, alguém bateu à porta. “Quem será?” – indagou de si mesma dona Inházinha, dirigindo-se em seguida à entrada, sem receios, pois naquela época não havia ladrões e malfeitores na cidade. Ao abrir, deparou-se com um senhor de estatura mediana, de ar respeitável, com algumas folhas de papel debaixo do braço. O visitante era ninguém menos do que o primeiro juiz de direito da comuna, José Pereira Brasil.

O magistrado tirou o chapéu, saudou a dona da casa com o respeito peculiar da época, e acrescentou: 

– Dona Inhazinha, quero que me ajude. Inventei uma música, que deverá ser o hino de Divinópolis, mas nada sei de notas musicais. Quem sabe a senhora poderá escrevê-lo?

A anfitriã solicitou de Caetana e Celeste que ficassem de olho no bolo, enquanto ela, imediatamente, abriu o piano, para dar início à empreitada. Segundo me relatou certa vez Celeste Brandão, José Pereira Brasil foi cantando o hino e dona Simpliciana passando para a pauta. No final, dona Inhazinha solfejou o que havia escrito e o autor exclamou:

– É isto mesmo, a senhora é extraordinária!

Assim nasceu o Hino de Divinópolis. Quanto à data desse acontecimento, esta ficou perdida na poeira do tempo. No entanto, o batismo do hino se deu no dia 1º de agosto de 1967, através da Lei nº 761, sancionada pelo prefeito Walchir Jésus Resende Costa, durante a Semana da Comunidade, evento promovido pela Delegacia Regional de Ensino, na gestão de Rosa Amélia, com presença de José Pereira Brasil. Porém, a primeira apresentação do hino em praça pública só aconteceu em 1973, executado pela Banda Santa Cecília, com participação dos corais Divinópolis, São Sebastião, São Geraldo e Nossa Senhora da Guia.

O Hino de Divinópolis é marcial, com ritmo imponente. Vale lembrar que por ocasião da celebração dos 50 anos de oficialização do Hino, a Escola Municipal de Música “Maestro Ivan Silva”, promoveu o lançamento do CD com a peça musical, gravada pela Banda Municipal “Teodosino Campos” e Coral Municipal de Divinópolis. A partir daí, a cidade passou a ter uma gravação do seu hino que inspirara seu autor, José Pereira Brasil.

augustofidelis1@gmail.com

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