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Casos de dengue preocupam e autoridades já planejam 2025

Governo de Minas anuncia investimento de R$ 163 milhões; especialista prevê cenários

by JORNAL AGORA
Foto: SES/MG

Da Redação

A maioria das cidades brasileiras viveu momentos de tensão com a dengue em 2024. O início precoce do período sazonal pegou as autoridades de surpresa. Para evitar os erros deste ano, os órgão já planejam o enfrentamento da doença em 2025.

O Governo de Minas anunciou nesta terça-feira que vai investir R$ 163 milhões no combate às arboviroses no próximo período sazonal.  

Importância

O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, destacou a importância da antecipação.

— Estamos em agosto, mas temos mosquitos e vírus circulando no estado e precisamos estar preparados antes do período chuvoso — destacou Baccheretti.

Minas Gerais viveu, em 2024, o pior ano da história em casos de arboviroses. Ao todo, mais de 1,6 milhão de casos foram registrados.

— Não podemos esquecer que os ovos do Aedes aegypti estão depositados em diversos locais e, logo, logo já volta a chover. Então cada cidadão mineiro precisa fazer sua parte e limpar os reservatórios passíveis de ter água parada, como pratos de plantas, calhas e ralos, para quando chegar a água não ter nenhum ovo ali próximo de eclodir — alertou o secretário.

Febre oropouche

Outra preocupação é a febre oropouche, com diversos casos registrados no Estado. A doença é causada por outro mosquito, o maruim. 

— Já temos mais de 100 casos confirmados em Minas. Esse transmissor tem vínculo com locais com acúmulo de matéria orgânica, folhas ou bananeiras. Então precisamos redobrar os cuidados— explicou o secretário. 

Investimentos

Do total que será investido, R$ 120 milhões se referem a custeio livre para que os municípios planejem as ações em nível de cada território, sendo R$ 90 milhões pagos ainda em 2024 e os outros R$ 30 milhões nos primeiros meses de 2025. 

— Os recursos poderão ser utilizados ainda no enfrentamento às doenças transmissíveis agudas causadas por vírus respiratórios, que também são caracterizadas como emergência em saúde pública — explicou a Secretaria Estadual de Saúde. 

Outros R$ 28 milhões serão destinados para que os consórcios intermunicipais de saúde contratem serviços complementares de fumacê. Além disso, serão destinados R$ 15 milhões para a continuidade dos trabalhos dos drones

— Todos os municípios conseguem ter acesso aos drones que mapeiam e descobrem onde tem risco de água parada, acúmulo de lixo ou locais que podem ser criadouros do mosquito. E a descentralização do fumacê, com gestão pelos consórcios, vai dar mais agilidade para conseguirmos matar os mosquitos adultos— ressaltou Baccheretti.

Prevenção, controle e combate

Além do investimento, a pasta informou que vai realizar uma capacitação com os profissionais de saúde em preparação para 2025. Outros seminários também estão previstos.

—Vimos neste ano que ensinar como enfrentar as arboviroses surte efeito positivo, tanto na prevenção quanto no tratamento das pessoas, com mortes evitáveis não acontecendo. Então, este conjunto inteiro de ações se somam aos mais de R$ 100 milhões investidos— ressaltou o secretário de Saúde.

A Secretaria também vai organizar junto aos municípios e coordenar ações de mobilização em todas as regionais de saúde para a realização do Dia D de Combate às Arboviroses, previsto para o mês de novembro.

Minas

Minas tem, segundo a pasta, 1.6 milhões de casos prováveis, 1.1 milhão de casos confirmados, 575 mortes em investigação e 903 confirmadas. 156 mil registros de chikungunya foram notificados e 125 mil confirmados. 95 mortes estão registradas e outras 36 em investigação.

227 casos prováveis de zika e 43 confirmados foram registrados. 147 casos de oropouche também estão contabilizados. 

Vacinação

Durante a coletiva, Baccheretti reforçou, mais uma vez, a importância de manter o cartão de vacinas em dia para prevenir o agravamento das doenças. 

— A gente tem a arma principal que é a vacina. Estamos aumentando o nosso estoque com a chegada de mais doses contra a dengue e já pedimos ao ministro da Saúde mais doses contra a febre amarela para fazer uma grande campanha de vacinação. Convoco pais e responsáveis a levar seus filhos para os postos e garantir a vacinação, que é gratuita — reiterou o secretário. 

Em Divinópolis, a segunda dose da vacina contra a dengue já está disponível para quem tomou a primeira. É necessário o intervalo mínimo de 24 horas se o paciente recebeu outra vacina inativada e 30 dias para vacinas vivas, como febre amarela, triviral e varicela.

Projeção


Para o sanitarista Jonas Brant, é difícil prever o cenário da dengue em 2025.

— Tivemos dois vírus circulantes no Brasil em 2024, dengue tipo 1 e tipo 2. Muitas pessoas se infectaram e estão imunizadas pela doença, então é pouco provável que tenhamos uma epidemia desses sorotipos. Mas também temos visto um aumento do tipo 3 da dengue e é possível que ano que vem tenhamos uma epidemia desse sorotipo — explicou ele.

Segundo Brant, é incomum o registro de duas epidemias de uma mesma doença em anos consecutivos:

— Um dos motivos é que o governo se organiza e investe no combate à doença, mas não tenho clareza de que a gente conseguiu ter esse controle. A vigilância ambiental é uma área que se desintegrou muito durante a pandemia da Covid e ainda não se reorganizou direito.

Divinópolis

O boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) traz os números da dengue nos primeiros sete meses deste ano em Divinópolis. 

Ao todo, foram mais de 17 mil notificações, 14.280 casos confirmados e 586 hospitalizações por dengue. 13 pessoas morreram por complicações da doença na cidade. 2.637 casos foram descartados, 88 estão em aberto e cinco mortes estão sendo investigadas.

A faixa etária de 20 a 29 anos é a que possui a maior porcentagem de casos confirmados. 

Bairros

Os cinco bairros de Divinópolis com mais casos de dengue em 2024 são: Centro (1158), São José (776), Bom Pastor (645), Catalão (548) e Niterói (474). 56% dos casos foram registrados em mulheres e 44% em homens.

O número de notificações, casos confirmados e hospitalizações caiu consideravelmente nas últimas cinco semanas. As notificações saíram de 173 para 32; as confirmações de 111 para 5; e as hospitalizações de 6 para 2 registros.

Chikungunya

Segundo a Semusa, 967 notificações, 678 casos confirmados e 6 hospitalizações por chikungunya foram registrados em 2024. 253 registros foram descartados e 36 estão em aberto. 

Uma pessoa morreu por complicações da doença. Outra morte está em investigação. A faixa etária de 60 anos ou mais é a que possui a maior porcentagem de casos confirmados. 62% dos registros foram contabilizados em mulheres e 38% em homens.

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