Muita grana 

As campanhas eleitorais, que na verdade começaram no ano passado, “na surdina”, é claro, deslancham mesmo no dia 16 deste mês, próxima sexta-feira, quando são autorizadas pela Justiça Eleitoral. E quando se fala na corrida em busca de garantir um cargo nas urnas, o que primeiro vem à cabeça dos candidatos? Quem pensou: ser eleito, errou feio. É a “bufunfa”! Ou seja, os milhões de reais do Fundo eleitoral tirados do suor do trabalhador, que nestas eleições, mais que dobrou. Para se ter uma ideia, o PL que ultrapassou o PT também neste quesito, terá à disposição para financiar campanhas eleitorais de seus candidatos, em 2024, nada menos que R$ 886,8 milhões. O valor representa um aumento de 653% em comparação às últimas eleições municipais, realizadas em 2020. Está explicado a investida em Estados importantes eleitoralmente falando, como Minas Gerais. Como uma grana dessa se elege qualquer um. Agora, o que daria para fazer com quase um R$ 1 bilhão em prol dos menos favorecidos deste país que vivem de migalhas e tiram da boca para eleger esses mesmos que mandam o que sobra como retorno do investido em em suas campanhas bilionárias?

Aval do Congresso

É por aberrações como esta, que o eleitor precisa ficar atento ao que acontece nos governos e nas casas legislativas e conhecer bem a quem confia seu voto. O partido que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como principal referência desde novembro de 2021, foi o que mais se beneficiou dos recursos do fundo. E o aumento gigantesco do valor a ser investido nas campanhas eleitorais neste ano tem duas razões principais: uma delas, exatamente pela entrada de Bolsonaro na sigla. A  outra, a pior e vergonhosa. O aumento de 143% no valor global do fundo eleitoral, aprovado pelo Congresso. Por isso, a importância do eleitor acompanhar seu representante. Deputados e senadores foram eleitos para isso? Para se beneficiarem em troca do sofrimento do povo? Tinham é que ter vergonha na cara, e se quiserem viver “na mamata” em cargos com todos os benefícios possíveis, que gastem do próprio bolso, suor e sola de sapato. Era assim que se fazia antigamente, político nem salário tinha. Faziam por amor, não pelo dinheiro. 

Fez a diferença 

Está mais do que comprovado que a entrada de Bolsonaro no PL o agigantou os rendimentos. quem pertence  à sigla ou acompanha políticas sabe bem. Exemplo disso, é que em 2018, dirigido pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto e ainda sem a presença do ex-presidente, o PL  – PR na época, elegeu 33 deputados federais. Baseando-se no tamanho de sua bancada, a sexta maior, teve direito a pouco mais de R$ 117 milhões. Quatro anos depois, já com Bolsonaro e com a retomada do nome de Partido Liberal, a sigla viu sua bancada triplicar nas eleições seguintes, em 2022, formando a maior da Câmara, com 99 parlamentares. Fator determinante para elevar o fundo eleitoral para cifras milionárias. Haja candidatos para tanta gastança com o dinheiro público. 

Quase dobrou 

Outro partido que também vai “nadar de braçada” nestas eleições, segundo que mais se beneficiará do “tirado da boca do povo” é  o PT do presidente Lula. A legenda receberá R$ 604 milhões. Como possui a segunda maior bancada no Congresso Nacional, atrás justamente do PL, também se beneficia. As siglas juntas terão para gastar e assim continuarem na hegemonia, quase R$ 1,5 bilhão. O montante é equivalente a 30% de R$ 4,9 bilhões, valor sancionado no Orçamento de 2024 por Lula. O terceiro partido com maior fatia neste ano será o União Brasil, que terá R$ 517 milhões.  O valor do fundo eleitoral quase dobrou em comparação com a última eleição municipal, realizada em 2020. Há quatro anos, o fundo eleitoral aprovado foi de R$ 2 bilhões (R$ 2,5 bilhões em valores atualizados pela inflação). Claro que há raríssimas exceções de candidatos que não usam estes recursos por também concordarem que o povo não tem que pagar esta regalia. Neste sentido, cabe a você, eleitor, pesquisar e descobrir quem são. 

E daí? 

Nas eleições de 2020, ainda com crise planetária da pandemia de covid-19, o Congresso Nacional aprovou regras para destinar pouco mais de R$ 2 bilhões aos partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para custear as campanhas eleitorais. O objetivo foi tapar um buraco, já que desde 2015, com a Reforma Eleitoral, as doações de pessoas jurídicas, ou seja, de empresas privadas, foram proibidas pelo próprio Congresso. E daí? Arrumasse outra forma que não fosse sacrificar o povo. Os empresários não podem, mas a população, sim. O pior é viver na ilusão de que as falcatruas acabaram.

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