Da Redação
O curta-metragem “Tempo” do cineasta divinopolitano, Alisson Resende recebe mais um prêmio, desta vez no Festival Internacional de Cinema de Varginha — Cinemaz. O festival aconteceu entre os dias 12 ao dia 17 deste mês, na cidade do Sul de Minas.
Mais uma vez, Alisson representou Divinópolis com seu sexto curta metragem e saiu vencedor.
—Estou extremamente feliz em receber esse prêmio tão importante. Sempre ressaltei que o roteiro é uma das partes mais importante do processo de fazer cinema. De nada adianta ter um grande orçamento, os melhores equipamentos, se você não tiver uma boa história, é ela que conecta o seu filme, com o público— afirma.
O diretor destaca que teve o insight da obra durante a pandemia.
—Pouco antes da pandemia eu estava trabalhando em casa e tinha um tempo maior comigo mesmo. Nas pausas do trabalho, comecei a me observar e, ao mesmo tempo, eu tentava organizar o meu universo particular, quem me conhece sabe que sempre tive momentos de introspecção e em muitos destes momentos eu tenho meus insights criativos — revela.
Rezende diz ter percebido então a importância do tempo em nossas vidas e essa infinita importância me inspirou a escrever a história.
— Pouco mais de um mês depois veio a pandemia causada pela covid-19 modificando tudo à nossa volta. Mais uma vez tive a comprovação do quanto não temos controle sobre o tempo e o quanto ele modifica tudo a todo momento. Com a pandemia, a gravação do filme teve que ser adiada e acredito que foi benéfico, pois, este ano, este momento é o momento certo para o “Tempo” chegar até as pessoas— destaca o diretor.
Produção
A obra audiovisual foi realizada de forma independente e precisou de seis horas para a produção completa. Mas o cineasta relata que recentemente conquistou o incentivo da Lei Paulo Gustavo para sua próxima obra “ A Nossa História de Amor”.
‘Tempo’
O curta-metragem acontece sob uma atuação e narração sensacional do poeta e escritor Luís Mingau. A sensibilidade de Luís permite que o telespectador sinta as aflições e os alívios do personagem com um simples olhar, acompanhado com a voz suave e calma do ator. Outro ponto interessante é o filtro todo em preto em branco para simbolizar como um passado ou uma memória, como um passar de tempo.
A obra cinematográfica destaca a relação que temos com esse período que transcende nossa existência, nossos sentimentos, nossas relações, nossa vida. O filme é mais uma produção independente de Alisson e foi gravado em Divinópolis – MG em um estúdio local. O cineasta já teve trabalhos reconhecidos em festivais nacionais e internacionais, o “Tempo” é o seu sexto filme já produzido.
Outro ponto importante de Resende na produção de seus filmes é valorizar atores e atrizes locais para suas obras, convidando Luís também divinopolitano para ser ator principal
—Para mim, o mais importante é o fato de que a indicação pode levar mais pessoas a verem o curta. Sempre que vejo algo que me emociona ou provoca positividade, fico querendo dividir com os outros— destaca Luís Mingau.
O diretor
Alisson Resende é um cineasta, roteirista e publicitário natural de Divinópolis. Também é roteirista e diretor dos curtas-metragens Carona (lançado em outubro de 2016 em Divinópolis) | Ninguém pode te ouvir (Rio de Janeiro | janeiro 2016) | Hands (Divinópolis | julho 2017) | Dentro (Divinópolis | março 2018) e VOYEUR (Divinópolis / São Paulo | outubro 2020).
Sobre o Festival
O Cinemaz é um grande evento cinematográfico anual. A mostra possui o seu perfil afinado com o trabalho desenvolvido pela equipe do projeto e apoiadores, que visam inserir o cinema independente dentro do pólo de realização de audiovisual mineiro, brasileiro e internacional; sendo a mostra, um movimento chave da promoção e abertura das cidades para a sétima arte.
Abre espaço para realizadores estaduais, nacionais e internacionais concorrerem em diferentes categorias. Nelas, serão exibidos filmes que lidam com diversos temas e linguagens criativas. Para públicos de todas as idades. O principal objetivo é contribuir ainda mais para a transmissão dos filmes independentes e para a orientação do público interessado em cinema, não apenas como entretenimento, mas com olhar criterioso.
O festival também promove Oficinas Cinematográficas Itinerantes, a fim de levar o cinema de arte não somente para Varginha, mas para diversos pontos no estado mineiro, com o objetivo de criar uma grande rede de cinema em Minas.