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Lilás sempre 

by JORNAL AGORA

Mais um agosto vai chegando ao fim, e mesmo em meio à loucura que a corrida eleitoral impõe à sociedade como um todo, é preciso sim falar sobre a violência doméstica. Apesar de o tema ganhar mais destaque nesta época por causa da campanha “Agosto Lilás”, todos sabem que o crescimento da violência contra as mulheres impõe desafios à segurança pública em Minas Gerais, o ano inteiro. O último Atlas da Violência registrou aumento tanto nos feminicídios, quanto nas denúncias de violência doméstica, o que indica a urgência, a necessidade gritante do fortalecimento da rede de proteção à mulher vítima ou potencial vítima. O agosto é lilás, mas o combate à violência contra a mulher deve ser o ano inteiro, e os dados estão aí para comprovar isso. O período eleitoral está aí, e pode servir muito para além de “barracos eleitorais”. Afinal, apesar de o tema ainda ser tabu para parte da sociedade, é preciso sim debater o tema, trazer políticas públicas eficientes, e cobrar dos governantes a criação de ações que protejam as mulheres. Pois, esse sim é um grande desafio para qualquer representante. Não dá mais para fechar os olhos e seguir o ditado de que “em briga de mulher ninguém mete a colher”. Não apenas o agosto deve ser lilás, mas o ano todo. 

Ainda de acordo com o Atlas, as medidas protetivas já demonstraram eficiência ao inibir a ação do agressor, porém o sistema apresenta falhas e não protege em 100% dos casos a integridade física, mental e patrimonial das mulheres. Tratar da violência contra a mulher exige mais do que discursos bonitos na internet. Exige estratégia, planejamento, e a consciência de que uma cidade não é feita apenas de asfalto, de calçamento, de UPA, de posto de saúde. É preciso sim conseguir mostrar que todos estão preparados para mudar essa realidade, e trazer um novo cenário para as mulheres. E, claro, dentro da construção desse “Lilás o ano inteiro”, é preciso que todos estejam prontos para encorajar essas mulheres por meio da disseminação de informações que as conscientizem sobre seus direitos. Associações, ONG’s, e entidades ligadas à causa não conseguem sozinhas fazer este trabalho. Os dados estão aí para todos verem. Não é possível mais “varrer para debaixo do tapete” um assunto tão importante, que desafia e exige competência dos governantes para tratá-lo. A violência doméstica é uma realidade, e precisa ser enfrentada. O pedido de socorro está aí, identificado por meio de dados. 

E, talvez o início desse fortalecimento ultrapasse um pouco as tradicionais campanhas do “Denuncie”. Afinal, existe um processo desconhecido pós-denúncia, que traz medo, porém é necessário. Muita gente pode não acreditar, e seguir com o discurso de “não vai dar em nada”, mas é justamente isso que dá força para os agressores. Pois, o fato é que não existe nada de positivo no quadro de violência, obviamente, mas o crescimento das denúncias é um ponto que merece ser destacado como importante aliado no combate aos agressores. E, é neste período, em que candidatos estão cheios de propostas que se faz necessária a pergunta: como você enfrenta este desafio cruel e real? É preciso falar sobre a violência contra a mulher.

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