Ainda não é possível determinar qual o momento exato, mas de uns oito anos para cá o Brasil entrou em um delírio coletivo que está cada vez mais difícil de sair. Em época de eleição então, aí os “sintomas” desse delírio se agravam, e é possível ver quanto retrocesso esta “patologia” trouxe para o país, e o pior, ao que tudo indica está muito, mas muito longe de acabar. Assim como não é possível determinar quando este delírio coletivo começou, também não é possível dizer o que “startou” este comportamento em boa parte da população, porém é provável indicar que a descrença na política, a demora de criação de políticas públicas que garantam o básico para os brasileiros, e a realidade cada vez mais cruel podem ter sido fatores determinantes para que o povo entrasse em modo de negação, e não saísse mais. Mas, o fato é que mesmo diante do pior cenário enfrentado diariamente pelos brasileiros, negar as evidências não é o melhor caminho. Afinal, por mais difícil que seja, só há um meio de mudar o cenário atual, que é encarando a realidade, que todos sabem ser cruel, e muitas vezes nojenta. Porém não há outro caminho.
Em tempos de eleição, onde não faltam promessas, encarar a realidade, e trabalhar com o possível é sem sombra de dúvidas, o melhor meio de se iniciar a tal falada, e sonhada mudança. Lidar com fatos nem sempre é fácil, e o que se sabe é que o brasileiro tem preferido negar o real, e se iludir, porém este delírio coletivo, que limitou os discursos, e a capacidade de raciocinar de boa parte da população, não tem trazido bons efeitos. E, claro, mostrado dia dia que encarar a realidade, e entender a diferença do que pode ser feito, e do que “eu quero que seja feito” é a única saída, pois o tempo está passando, depressa por sinal, e o povo tem apenas andando em círculos. Mais nada. Em terra de promessas, quem entende o real, e o que é possível fazer é rei. Quem sabe que nem tudo pode ser feito, e que existe um abismo entre sonho e realidade se sobressai. Quem consegue entender que uma eleição, que a escolha de um candidato não significa que a cidade se tornará um paraíso, é rei. Quem vê que há uma diferença enorme entre o que se fala e o que se faz, que chama o candidato para um debate, que questiona, que está aberto ao diálogo, ao entendimento, que nem só de promessas vive uma cidade, que está aberto a encarar a realidade, por mais dura que ela seja, que tira os óculos da paixão, que sabe o que quer, que entende que um discurso bonito é só um discurso bonito é rei.
Faltam exatos 37 dias para os divinopolitanos irem às urnas escolher os seus representantes no Poder Legislativo e no Executivo, e essas próximas 888 horas são cruciais, e definirão o futuro da cidade. Por isso, por mais difícil que seja, encarar o real, pode ser um importante primeiro passo a ser dado para que de fato o futuro seja um pouco melhor. Por mais difícil que seja, usar essas próximas horas para entender que em tempos de promessas quem enxerga o real é rei, é primordial para que o delírio enfim dê passos rumo ao fim, e enfim, o país volte dar pequenos passos rumo ao desenvolvimento. Pois uma promessa é só uma promessa.
