Faltam exatos 33 dias para os eleitores irem às urnas e escolherem os seus representantes para os próximos quatro anos. A tarefa definitivamente não é fácil, e se torna pior ainda quando tem se um eleitorado imaturo com um poder tão grande em suas mãos. Mas, como é dito e repetido por muitos: ‘a prática leva à perfeição’. Mesmo com a sensação, e às vezes a certeza de que o país vem retrocedendo, é sempre bom manter a fé de quem uma hora “vai”. Aliás, uma hora tem que ir. Afinal de contas, os caminhos trilhados pelos brasileiros até hoje não foram os melhores. E, a esperança é de que uma hora o povo brasileiro vai parar, refletir, raciocinar e entender que é preciso sim recalcular a rota. Pois, andar em círculos definitivamente não está levando a lugar nenhum. As eleições se aproximam, a política, as campanhas eleitorais, os bastidores da política estão a todo vapor, porém nesta corrida eleitoral, muito além de observar o comportamento dos candidatos, é preciso também avaliar a postura dos eleitores. Afinal, já se tornou comum a frase: ‘cada povo tem o político que merece’, e os políticos na verdade são o reflexo do seu povo. Então, se os brasileiros andam descontentes com os seus representantes, a mudança talvez tenha que vir de dentro para fora. De nada vai adiantar reclamar, reclamar, reclamar nas redes sociais, e manter a mesma postura começa eleição, termina eleição.
E, em meio ao alvoroço que as eleições trazem, algo tem chamado a atenção. O comportamento violento que alguns eleitores têm adotado. Começam a surgir nas redes sociais vídeos de candidatos relatando que foram agredidos por eleitores do lado oposto. Perigoso. Apesar de muita gente tentar normalizar este tipo de postura, o fato é que definitivamente não dá para achar normal uma pessoa agredir a outra por sua preferência política. Pois, isso mostra o quão imaturo é o eleitorado brasileiro, e quão perto, ou melhor, fadados, todos estão a continuarem a andar no mesmo caminho. Como disse Umberto Eco, as redes sociais deram voz a uma legião de idiotas, é fato, porém não é possível mais aceitar, ou sequer pensar em normalizar este comportamento. Afinal, apesar de muita gente ainda não aceitar, o Brasil é um país democrático, onde todos têm o direito à manifestação do pensamento, garantidos em dois artigos da Constituição Federal, e é justamente essa diferença que faz o país “acontecer” dia a dia. Esta postura de parte do eleitorado leva a questionar se o país não está do jeito que está justamente por ir de encontro à suposição de que o povo tem os políticos que merece. Diante do cenário e a postura adotada por candidatos e eleitores, que têm preferido a violência (física e verbal), fazer esta pergunta é primordial.
Essa é uma dentre outras tantas contas que não batem, não fecham. O mesmo povo que pede o fim da violência, o fim da corrupção, que está prestes a escolher os seus representantes para os próximos quatro anos, é o mesmo que se comporta assim. Controverso, e claro, desanimador, pois se tem algo que não falha é a lei do ‘plantio e da colheita’. De nada adianta estar com a oportunidade de mudar algo nas mãos, e manter o mesmo comportamento ano após ano. Plantou, colheu!
