O que se planta, colhe! Esse é, sem sombra de dúvidas, um fato inquestionável. Se você planta maçã, não colhe tomate. O ditado vale para todos os aspectos da vida humana. Para os mais céticos, aqueles que não acreditam em frases de impacto, existe a Terceira Lei de Newton: ‘para toda ação, uma reação’.
Após a popularização da internet e o acesso sem regulamentação das redes sociais, é perceptível a crescente disseminação de fake news. Em portugês claro, as notícias falsas. Elas trouxeram, e ainda trazem, um impacto negativo à humanidade, com graves sequelas ao coletivo. A única coisa que se sabe até o momento é que a colheita desse plantio começou a chegar.
Talvez pela demora do entendimento dos eventuais efeitos das fake news poderiam trazer para todos e tomar atitudes mais severas, os governos precisam lidar hoje com as consequências desse cenário devastador. É, inclusive, questão de saúde pública. Muita gente sequer imagina, mas o impacto deste plantio, que hoje todos colhem, não têm efeito apenas eleitorais. Outra área drasticamente afetada é a da saúde pública. Minas Gerais voltou a registrar morte por coqueluche após quatro anos. Um bebê de quase dois meses morreu em Poços de Caldas, no dia 19 de julho, vítima da bactéria. Só neste ano já foram registrados 131 casos da doença — quase 10 vezes mais que em todo o ano de 2023. Qual a principal medida de prevenção à coqueluche? Vacinação. Isso mesmo! Um dos principais tópicos de desinformação é justamente os ataques à imunização. É quase impossível imaginar, mas quase 90% da população brasileira admite ter, em algum momento, acreditado em conteúdos falsos, conforme apontado por pesquisa do Instituto Locomotiva.
Sobre o conteúdo das notícias falsas: 64% era sobre venda de produtos, 63% diziam respeito a propostas em campanhas eleitorais, 62% tratavam de políticas públicas, como vacinação, e 62% falavam de escândalos envolvendo políticos. É como dizem: uma hora a conta chega. Eventualmente, a ’lei da ação e reação’ cumpre o seu papel e todos têm que colher os frutos que foram plantados. O grande problema é constatar que, mesmo com algumas punições e ferramentas de denúncias, às fake news produzem impactos negativos para os cidadãos. Elas continuam sendo criadas, compartilhadas e causando estragos. A questão aqui talvez seja: quanto mais dessa conta virá para todos pagarem? E, infelizmente, a certeza de que a ignorância e desinformação custam caro — e muito, por sinal.
