Matheus Augusto
Revolução. Essa é a definição do diretor-presidente do Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD), André Waller, sobre a 1ª Semana de Cirurgia Robótica de Coluna do Centro-Oeste Mineiro. A iniciativa, em parceria com o Instituto do Cérebro e Coluna (Neoro), realizará seis cirurgias, incluindo uma pelo Sistema Único de Saúde (SUS), utilizando equipamentos de última geração.
Inovação
Dentre o novo maquinário da cirurgia robótica estão: mesa cirúrgica radiotransparente, em parceria com Barrfab, loop-x, neuronavegador e braço (cirq robotics), da empresa Brainlab. Segundo informou o hospital, profissionais de Belo Horizonte, Ribeirão Preto e outras cidades do interior de Minas Gerais estão presentes para acompanhar os procedimentos.
— Com a realização desta ação, o CSSJD dá início ao projeto de treinamento de educação continuada para a formação de um Centro de Treinamento de cirurgiões de outras cidades, com o objetivo de se transformar em um centro de referência na robótica com autoridade na saúde — informou o hospital.
Importância
Segundo o diretor-presidente do CSSJD, o objetivo é oferecer aos médicos ferramentas modernas para potencializar a precisão dos profissionais e melhorar a recuperação dos pacientes com cirurgias menos agressivas.
— É um equipamento de última geração que poucos hospitais no Brasil têm— ressaltou André Waller.
A tecnologia, inclusive, estava em exibição no XXXV Congresso Brasileiro de Neurocirurgia, realizado na semana passada, em Belo Horizonte.
Um dos principais benefícios, ressalta Waller, é a assertividade das intervenções cirúrgicas e pode “revolucionar as cirurgias”.
— Os pacientes, que ficavam de 7 a 10 dias internados, passam a ficar de 1 a 2 dias, podendo voltar mais rapidamente às suas atividades — aponta.
Em sua avaliação, o uso da robótica ajuda na fixação de órteses e próteses, melhorando a precisão por “questões de milímetros”.
— É a máquina auxiliando o profissional médico a fazer o procedimento médico seguindo o melhor caminho e tendo assertividade — avalia.
Integração
A diretora-executiva (CEO) do CSSJD, Elis Regina Guimarães, destacou o empenho da diretoria em buscar soluções assistenciais modernas para os pacientes. Os avanços mais notáveis, em sua percepção, estão relacionados ao uso da robótica e da Inteligência Artificial na Saúde.
A integração das áreas permite cirurgias mais precisas e menos invasivas, reduzindo o tempo de internação dos pacientes.
— Aquele paciente que voltaria várias vezes por sequela, intercorrência ou reinternação, porque realmente é sensível, não volta — citou.
O investimento, pondera Elis, visa proporcionar aos pacientes mais qualidade de vida, do pré ao pós-operatório.
— Não queremos apenas salvar a vida, mas também dar dignidade — reforçou.
Benefícios
Quem também esteve presente na apresentação dos equipamentos à imprensa foi o consultor de marketing da Brainlab, Rafael Vidal. A tecnologia, segundo ele, é uma ferramenta de “navegação cirúrgica” e ajuda o médico na condução do procedimento.
— É, basicamente, um GPS. (…) É você saber exatamente onde está aquele tumor e ser guiada até chegar ali — definiu.
A intenção é oferecer aos profissionais e pacientes a possibilidade de uma intervenção menos invasiva, reduzindo as chances de danos periféricos, musculares e outros.
— Com um desfecho operatório e uma recuperação melhor — ressaltou.
Outro ponto reforçado durante a apresentação é a presença do cirurgião – e sua expertise -, uma vez que a robótica não substitui o profissional, apenas o guia.
— A gente fez uma cirurgia em que o paciente ficaria uma semana internado no hospital e ele está saindo no dia seguinte — relatou.
A ação ajuda na liberação mais ágil de leitos e, consequentemente, permite ao hospital atender mais pacientes.
(Foto: Matheus Augusto/JA)