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Queimadas e tempo seco castigam quem tem problemas respiratórios 

UPA já recebeu mais de 1.500 atendimentos em 2024; umidade do ar e estiagem tem grande impacto nos números

by JORNAL AGORA

Lucas Maciel 

O Centro-Oeste mineiro é a região do estado com maior número de incêndios em vegetação no ano. De acordo com dados divulgados pelo Corpo de Bombeiros ao Agora, no primeiro semestre de 2024, o 10º Batalhão, responsável pela região, atuou em 1.271 ocorrências relacionadas a queimadas. 

Quando se incluem os primeiros meses do segundo semestre nesta conta, os dados ficam muito mais alarmantes. Apenas em agosto, por exemplo, 875 casos foram registrados na área de atuação do Batalhão e destes, 220 foram no perímetro de Divinópolis. 

Estes números têm um impacto muito significativo no meio ambiente. Porém, não só a fauna e a flora sofrem graves consequências com as queimadas, mas também a população. 

O Agora conversou com o médico de Saúde da Família e Comunidade, Flávio Antônio Marcelino Alves, que explicou os motivos que fazem com que os casos aumentem no período.

— O tempo seco já aumenta muito os poluentes no ar e agora, as queimadas aumentam ainda mais, sem contar a própria poeira e a fuligem dos canos de descarga. Então, a falta de umidade deixa esses poluentes no ar e aumenta os quadros de alergias e doenças respiratórias, como rinite, sinusite, asma e bronquite, que tendem a crescer — informou o médico. 

Atendimentos

Balanço divulgado pela assessoria da Cis-Urg Oeste, atual gestora da UPA Padre, à reportagem, mostram que unidade já realizou 1.529 atendimentos relacionados à questões respiratórias em 2024. Segundo a assessoria, a grande maioria dos atendimentos está relacionada aos vírus causadores de resfriados e gripes.

O mês com mais casos recebidos foi junho, quando mais de 360 atendimentos. Em segundo lugar aparece o mês de maio e, na sequência, julho, os dois com mais de 320 casos. 

Apesar da grande incidência de doenças e do cenário de seca e de baixa umidade, somado às queimadas, agosto registrou um número menor do que os outros meses citados, com 171 atendimentos. 

Baixa umidade

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu, nesta quarta-feira, depois de um longo período de calor intenso e clima seco em boa parte do país, um alerta de perigo potencial para vários estados do Brasil, incluindo Minas Gerais. 

A previsão é de baixa umidade e ventos fortes em partes da região Centro-Oeste, Nordeste e Norte, além de São Paulo e Minas Gerais. O cenário assusta, já que a baixa umidade também é um dos fatores responsáveis por aumentar as doenças no período de estiagem. 

— O nosso organismo tem que colocar um ar bem umidificado nos pulmões, próximo de 100% de umidade, então ele acaba gastando muita água e tendo muito trabalho para umidificar este ar seco, principalmente quando a umidade relativa do ar está abaixo de 30% — ressaltou Flávio Marcelino. 

Estratégias

Pesquisadores e especialistas da Universidade de Brasília (UnB) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),  se reuniram na última terça-feira, 17,  com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, para discutir os impactos das queimadas na população brasileira. 

Durante o encontro, foram pensadas estratégias de enfrentamento e maneiras de reforçar a proteção às comunidades mais afetadas. Além disso, aquelas em situação de maior vulnerabilidade, como trabalhadores ao ar livre, moradores de áreas rurais e indígenas e pessoas em situação de rua tiveram atenção especial. 

Uma das ações que está sendo realizada pelo Governo desde segunda-feira é a “Missão Seca Extrema”. A iniciativa busca enviar equipes da Força Nacional do SUS para os estados mais atingidos pela emergência climática. As visitas para análise de situação tiveram início por quatro municípios prioritários do Acre, que sofrem efeitos das queimadas e da seca extrema. 

Recomendações 

Com toda a situação que o país enfrenta, o Ministério da Saúde (MS) sugere algumas recomendações para a população, com o objetivo de conter os problemas enfrentados.

– Aumentar a ingestão de água potável e procurar locais mais frescos;

– Evitar atividades físicas em áreas abertas;

– Evitar ficar próximo dos focos de queimadas.

Além destas, Flávio Marcelino também deu algumas sugestões para evitar as doenças. 

— As formas para proteger seria aumentar a hidratação, 8 copos de água por dia é uma média boa. Além disso, o uso de soluções fisiológicas no nariz, lavar os olhos, em alguns casos usar máscara, dependendo da quantidade de poluentes que tem no ar. Também é importante umidificar o ar com umidificadores elétricos, que pode ser colocado em ambientes ou até bacia com água ou toalha molhada no quarto, porque a evaporação dessa água acaba deixando o ambiente menos seco, ajudando a umidificar bem o ar — disse.

Uma boa alimentação também é importante.

— Alimentos mais naturais, com menos sal e menos fritura, frescos, frutas, verduras, legumes, folhosos. É recomendado também fugir um pouco dos caldos quentes agora, fugir da feijoada e dar preferência às coisas mais leves e mais frescas — finalizou o médico.

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