Declínio 

Faltam exatos 12 dias para os brasileiros irem às urnas e decidirem os seus representantes no âmbito municipal para os próximos quatro anos. Até a chegada do dia 6 de outubro, quando prefeitos e vereadores serão eleitos, o fato é que as campanhas estão a todo vapor, e se acirrando cada vez mais. Com isso, é impossível não notar um comportamento do povo, que reflete diretamente em todo contexto. Cada vez mais fechadas em seus próprios mundos, em suas opiniões, a verdade é que as pessoas estão perdendo a capacidade de ouvir, de dialogar, de se abrir para outras perspectivas, para outros olhares, que não sejam os delas mesmas. Quando alguma opinião vai no caminho contrário daquilo que se acredita ser o certo o desconforto, e em alguns casos até mesmo a violência, é instaurado ali. O fato é que a democracia parte da aceitação das diferenças, da pluralidade, e da capacidade de dialogar e entender. Mas, o que se vê por aí não é isso. A situação está tão crítica que algumas pessoas estão com medo de se expressar, de dividirem as suas opiniões, de mostrarem novos olhares que podem sim contribuir para que novos rumos sejam tomados. Um declínio total, e que talvez seja até mesmo irreversível. 

De 2016 para cá, as eleições têm mostrado a cada dois anos que o Brasil está envolto em uma hipocrisia gigantesca. Afinal, o que se vê por aí são pessoas confusas, que defendem princípios e interesses que se quer são seus, e que sequer sabem o que significam de fato. Fechada cada vez mais apenas no que acreditam, e no que acham que é o melhor, a população vem perdendo cada vez mais não só a capacidade de dialogar, a oportunidade de mudar rumos, e de contribuir com o desenvolvimento do Brasil. Pois, não tem como evoluir, como crescer sem que este processo passe pela discussão sadia de apontamento de problemas, e soluções reais e viáveis para isso. Não tem como desenvolver sem que o povo consiga encarar a realidade que tem, e cobre por mudanças que vão trazer este tão sonhado, tão desejado crescimento. Essa é apenas uma das milhares de contas que não fecham e se “enfileiram” país afora. Fechado em suas opiniões, incapaz de dialogar e encarar a realidade, e de cobrar por atitudes dos governantes que de fato vão trazer mudanças significativas, o povo segue sendo contra a corrupção, e querendo desenvolvimento. Um declínio total. 

Faltando tão pouco tempo para o novo pleito, o que resta é a aceitação de que o Brasil ainda está longe, muito longe de ser um país sério e respeitado. O povo não sabe o que quer, e não está preparado para ouvir verdades, e muito menos para dialogar. Então, o único jeito é sentar, apertar os cintos e se preparar para iniciar a caminhada em círculos. O declínio já está decretado. Afinal, esse tal desenvolvimento passa pelo diálogo, pelo entendimento, e pela disposição de mudar. Passou disso é apenas utopia e discursos vazios. Mais nada! Sem grandes expectativas de mudanças, e com a população cada vez mais fechada em sua própria opinião, essa é apenas mais uma eleição vazia e rasa. Todos seguirão no declínio, pois sem diálogo não há crescimento.

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