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Não se misturam 

by JORNAL AGORA

O debate público não comporta o pensamento religioso, pois questões de convicção pessoal não podem servir como baliza para decisões que envolvem toda uma sociedade — que inclui também ateus, agnósticos e pessoas das mais diversas religiões. Começo este PB com esta fala brilhante da professora de Direito Constitucional, Vera Karam.  Até postei um vídeo interessantíssimo sobre este tema nas minhas redes sociais. Discussão que divide opiniões, mas gostem ou não, jamais podem se misturar, pois crença religiosa é do interesse individual e exatamente por isso, convicções pessoais não podem ser parâmetros para toda uma sociedade. Era para ser assim. Mas, o que mais se vê nos últimos anos no Brasil é esta mistura perigosa, que além de tentar fazer uma lavagem cerebral nos eleitores, ainda usam o nome de Deus em vão, na maior cara de pau. Primeiro, que o Criador nem deveria ser envolvido nesta sujeira que se tornou a política deste país, segundo que cada um faz e segue o que quer, pois todos têm livre arbítrio para isso. Deixa que respondam por seus atos com quem tem que responder, não com um pecador igual ou pior. 

Com base na fé

Vale lembrar que o Brasil, assim como a maioria dos países do mundo, é um Estado laico, de maioria absoluta católica. No entanto, desde 1891 — quando o catolicismo deixou de ser a religião oficial do país — as instituições religiosas participam ativamente do debate público, e o pior:  em muitos casos fundamentando em posições com base na fé e na doutrina. Concordando ou não, isso ficou mais evidente com a bancada evangélica nos holofotes. Não que os representantes desta representação religiosa, não possam crescer como vem ocorrendo, podem e devem. Estamos na democracia. O que não dá é envolver o povo nisso. Simplesmente pelo fato de o debate público não comportar o pensamento religioso, pois questões de convicção pessoal não podem servir como base  para decisões que envolvem toda uma sociedade. Assim, as  razões sempre devem ser de ordem pública, nunca individual.

Perderam o rumo

E dentro de todo este contexto que envolve a política brasileira, quem nos dera, se o envolvimento religioso fosse o único problema. Se chegou a um ponto tão grave, e talvez, irreversível, que os candidatos perderam a capacidade de apresentar propostas e falar dos seus projetos como postulantes a qualquer cargo que seja na política. As campanhas hoje são feitas com base na vida do concorrente. O negócio é apontar o dedo para o outro, como se fossem “santos”. Só se for do “pau oco”, como dizia minha avó. Exemplo disso, é o “cabaré” visto na disputa pela Prefeitura de  São Paulo. O último fato é que o TRE-SP atendeu a pedido da campanha do candidato Guilherme Boulos (PSOL), que solicitou direito de resposta após o candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), publicar um vídeo nas redes sociais relacionando seu oponente com um projeto de anistia para condenados por tráfico de drogas e dizendo que traficantes deveriam votar no candidato do PSOL. A decisão pediu também a remoção da postagem. Isso é tipo de agir? Sem noção, sem rumo, vergonhoso. E não é só lá, por aqui, as coisas andam do mesmo nível. 

Totalmente vazias 

Enquanto o apontar o dedo, mesmo tendo telhado de vidro, ganha proporções enormes — agradando a maioria que gosta de “ver o circo pegar fogo” —, mas não se lembra nem em quem votou nas eleições passadas, o debate democrático, deixa a desejar. Dezenas de ações na Justiça Eleitoral, acusações e exposições contra o adversário e propostas vazias. Esse é o resumo das campanhas, entrevistas e debates  dos candidatos em eleição, pós eleição. Um caos com tendência só de piora. 

Contagem regressiva

Começa a valer ontem, o prazo concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para que a rede social X, antigo Twitter, envie documentos ao tribunal que comprovem a indicação de sua representação legal no Brasil. O prazo foi concedido em uma decisão do ministro publicada no último sábado. A rede social informou a Corte na sexta, que seria representada por Rachel de Oliveira Villa Nova, que já atuava como advogada da empresa antes mesmo do fechamento do escritório da rede social no país. Porém, Moraes avaliou que o escritório de advocacia ainda precisa enviar informações complementares que comprovem a representação. O prazo vence amanhã e os “torcedores de plantão” estão em contagem regressiva para o desfecho do caso que já virou uma novela. 

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