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Tem cadeia no inferno?

by JORNAL AGORA

CREPÚSCULO DA LEI – ANO VI – CCC

Em São Paulo, a Polícia Militar faz reuniões nos templos neopentecostais. Centenas de servidores públicos em horário de serviço, centenas de viaturas públicas, gastos públicos em louvor a um escândalo funcional.

Tanto mais que isso, uma inconstitucionalidade aviltante.

O Estado é uma instituição laica (leiga) na temática religiosa. Para tantos fundamentos, preocupa bem mais a questão da violência, notadamente em crescente contra as comunidades mais vulneráveis, sem dinheiro, sempre exortadas ao sofrimento, cuja garantia de alívio será vendida em certas igrejas.

Fecha-se o círculo da exploração, do material ao espiritual.

Diversas igrejas operam como bancos. São entidades financeiras e, como tal, se estruturam na proteção do capital, como bem explica a teoria do domínio diante desse arranjo de ganhos ungidos.

Sob tal aspecto, a temeridade se estende e se alinha absurdamente com aberrações do tipo “traficantes evangélicos”, uma desgraça que paira sobre outros cultos, principalmente aqueles de viés sacroafricanos.

Assim, o Rio de Janeiro não se sabe se a polícia está infiltrada na milícia, ou se a milícia está infiltrada na polícia. Sob qualquer ótica, o “case” instalado é lucrativo em vários segmentos.

A milícia militar do Rio está operando desde o coco na praia, transporte, gás, internet, imóveis, veículos e armas. Ali não é apenas “black Friday”, é “full time black” mesmo.

No Mato Grosso do Sul, a Polícia Militar está a serviço do latifúndio, do garimpo, da mineração ou de qualquer outra atividade que implique na invasão de terras indígenas. É crime de ecocídio, é crime contra a humanidade, tudo junto e misturado.

(Tão triste quanto recente, na proteção do latifúndio, a polícia militar de Mato Grosso do Sul matou – com um tiro na cabeça – um jovem de 23 anos, da etnia Guarani Kaiowá, no território Nhanderu Marangatu. É um aperitivo para o massacre que se avizinha com os discursos de latrocínio do ultrajante “Marco Temporal”.)

Assombra que forças de segurança do país estejam se mostrando antidemocráticas e serviçais do capital financeiro.

Coincide não constar registrado na história do país que, desde os séculos de escravagismo, qualquer episódio em que tais forças tenham vindo em socorro das classes baixas.

Há forças exatamente capacitadas para a violência e extermínio dos outsiders – no sentido de afastados, excluídos, de homo sacers modernos – ao mesmo tempo em que se contorcem no gozo dionisíaco na bajulação à classe alta.

Importa assim tais templos da ignorância e da escatologia do estelionato. Enquanto isso, a Constituição Federal, ainda que degradada em serva e escrava do biblicismo de línguas de araque, inventadas para trouxas – deixa bem claro quem deveria ser o fiscal da lei e quem deveria fazer o controle externo da atividade policial.

Contra essa distopia – bem diferente daquela escrita da ilha de Patmos – não adianta nem rezar. As orações atuais são mercadorias com taxas de 10% ao mês. Muito caras.

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