Ainda Estou Aqui é escolhido para representar o Brasil no Oscar 2025

Da Redação

A história se repete com mãe e filha, mas espera-se um final diferente. Com o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza,  Academia Brasileira de Cinema escolheu o filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, para representar o Brasil na disputa de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025.

O longa metragem disputou com mais cinco produções: Cidade Campo, de Juliana Rojas; Levante, de Lillah Halla; Motel Destino, de Karim Aïnouz; Saudade Fez Morada Aqui Dentro, de Haroldo Borges; e Sem Coração, de Nara Normande e Tião.

A última vez que o Brasil foi indicado na categoria de filme internacional foi em 1999, com Central do Brasil, também de Walter Salles e com Fernanda Montenegro no elenco. Assim como Fernanda foi indicada à estatueta de melhor atriz na época, Torres também está cotada para conseguir uma indicação e repetir o feito da mãe. 

O filme tem estreia marcada para o dia 7 de novembro em todas as telas de cinema do Brasil.

‘Ainda estou aqui’

O drama marca o retorno do diretor Salles ao cinema narrativo após 12 anos. A história acontece em 1971 durante a ditadura militar do Brasil, com a incrível história da mãe de cinco filhos, Eunice Paiva (Fernanda Torres), que luta para descobrir o paradeiro de seu marido, Rubens Paiva(Selton Mello), após ser levado pela polícia militar. 

Baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, “Ainda Estou Aqui” que retrata a trajetória da família Paiva após sofrerem um ato violento e arbitrário pela polícia militar. As suas vidas se transformam completamente, assim Eunice assume um papel de mulher da casa, adaptando e construindo um novo futuro para si e para seus filhos.

Durante a estreia do filme nas premiações, a atriz Fernanda Torres ressalta que a força e resiliência da personagem, ela também expõe sua felicidade em estar poder atuar como Eunice e ao lado de Selton Mello. 

—É uma alegria poder representar o Brasil na corrida por uma vaga ao Oscar de melhor filme estrangeiro com um filme tão sensível e tão necessário”— disse Fernanda Torres em coletiva de imprensa em Veneza.

O diretor expressou sua admiração pela personagem Eunice Paiva, em coletiva de imprensa em Veneza

—O que realmente me emociona no livro [ Ainda Estou Aqui] é o fato de que é uma história extraordinária de uma família resistindo a um ato de violência e uma mulher se reencontrando em meio a isso. E eu me apaixonei por essa mulher. Eu a conheci. Mas o que Marcelo [Rubens Paiva] fez foi descobrir que sua mãe era de fato o coração desta família —destaca diretor

Imagem: Divulgação

O drama se destacou com seus 10 minutos e 20 segundos de aplausos no prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza. Além de ser exibido nos festivais de Toronto e San Sebastián e ser selecionado para o Festival de Nova York. 

Segundo filme indicado ao prêmio

O renomado diretor Walter Salles, já é conhecido na indústria cinematográfica estrangeira com sua obra exemplar de  “Central do Brasil”. A obra foi indicada ao Oscar de 1999 de melhor atriz por Fernanda Montenegro, que não foi a ganhadora mas ganhou reconhecimento mundial pela obra. 

Imagem: Divulgação

Além disso, o filme ganhou quatro prêmios; Melhor Filme Estrangeiro em Bafta e com Melhor Atriz em filme dramático no mesmo festival; Ganhou o Urso e Urso de Prata em Berlim e o Globo de Ouro em Melhor Filme estrangeiro. 

As suas produções também chamam atenção em  “Diários de Motocicleta” e “Abril despedaçado” que são exemplares na cinematografia brasileira e na cultura do país. 

Tal mãe Tal filha

Uma coincidência enorme, o nome Fernanda volta à boca dos estrangeiros, agora com outro sobrenome mas com um talento igual. Com o mesmo diretor e as mesmas categorias, Fernanda Torres sobe às indicações da obra com vigor da mãe. Após 25 anos da indicação da atriz Fernanda Montenegro no Oscar, sua filha ascende com filme do mesmo diretor e com atuação irreconhecível.  A grande Fernanda também faz participação especial no elenco, interpretando a mesma personagem da filha, mas na velhice.

Imagem: Divulgação

Segundo a academia de artes o ‘Ainda Estou Aqui’ pode concorrer em todas as categorias voltadas para longas-metragens de ficção, entre as apostas de especialistas, o filme é um título forte entre os longas internacionais, seu principal concorrente até o momento é Emília Perez, indicado pela França.

Unânime

Em decisão unânime da Academia Brasileira de Cinema, o filme foi selecionado para representar o Brasil e disputar uma vaga na competição cobiçada mundialmente. 

Em comemoração da presidente da Comissão de Seleção da academia, Bárbara Paz ressalta o orgulho em poder presenciar uma obra brasileira com tantas camadas e memórias, destacando um momento difícil na nossa sociedade.

—Estou orgulhosa de presidir essa comissão, que foi unânime na escolha desse grande filme sobre memória, um retrato emocionante de uma família sob a ditadura militar. Ainda Estou Aqui é uma obra-prima, sobre o olhar de uma mulher, Eunice Paiva, e com atuações sublimes das duas Fernandas. Esse é um momento histórico para nosso cinema. Não tenho dúvida que esse filme tem grandes chances de colocar o Brasil de novo entre os melhores do mundo. Nós, da indústria do audiovisual brasileiro, merecemos isso— disse diretora da comissão

A comissão destaca que não há dúvidas sobre a grandeza da produção de Walter e destaca que o elenco foi essencial para a captura da sensibilidade do tema. 

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