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Cobrir ou cercar?

by JORNAL AGORA

“Se cobrir vira circo, se cercar,  hospício”. Não tem outra forma de começar este texto a não ser com essas palavras. A confusão da noite de segunda-feira, 23, envolveu – mais uma vez – o candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal. É lamentável, mas a política brasileira tem se afundando cada vez mais na lama, e isso não está tão difícil de comprovar. Como todos sabem, nas considerações finais do debate, Pablo Marçal voltou a fazer ataques contra o prefeito Ricardo Nunes e disse que ele seria preso pela Polícia Federal. O apresentador Carlos Tramontina dá uma advertência ao coach — a terceira durante o debate — e o mesmo foi convidado a se retirar do programa. Ao ser informado da expulsão, vídeos que circulam pela internet mostram uma confusão no estúdio e a gravação é cortada. Ao voltar ao ar, o apresentador Tramontina informa que um assessor de Pablo Marçal deu um soco no olho do marqueteiro de Ricardo Nunes. De fato, “se cobrir vira circo, se cercar, hospício”. Diante das possibilidades de cobrir ou cercar, ainda não é possível determinar qual é a mais assertiva para o momento. 

E, pior do que ver candidatos e governantes transformando a política brasileira em um grande hospício e/ou um grande circo, é ver a população “passando pano” para tudo isso. Enquanto cidades brasileiras, incluindo Divinópolis, enfrentam problemas sérios, de infraestrutura, de saúde pública, educação, assistência social e em vários outros setores – indicadores estão aí para comprovar isso – candidatos e governantes se preocupam apenas em maquiar, em iludir, em prometer, transformar tudo isso em um grande show, e boa parte da população está simplesmente sentada, aplaudindo, e tomando partido para A ou B. Inacreditável. Inaceitável. Qual foi o exato momento que o povo perdeu a noção e começou a normalizar violência, show, teatro na política? Qual foi o exato momento que a população perdeu a noção e parou de raciocinar? A verdade é que tudo isso é de embrulhar o estômago. Enquanto pessoas passam fome, morrem nas filas de hospitais aguardando uma vaga, um atendimento, um exame, os índices da educação despencam, tem gente brincando de ser representante do povo. E, o pior, com o consentimento da população, que ainda se dá ao trabalho de tentar defender fulano ou cicrano. Inacreditável. 

Tragam a lona para cobrir, tragam os muros para cercar. Tanto faz se é circo ou se é hospício. O Brasil vai de mal a pior. Os brasileiros falharam, e seguem falhando dia após dia. Incapazes de dar um passo sequer à lucidez. O desolador é ver que tem muita, mas muita gente pagando – e caro – por tudo isso. Enquanto boa parte da população fecha os olhos para o que realmente importa, e busca meios de “passar pano” para todo este espetáculo, os problemas Brasil afora se acumulam e se agravam. Sem grandes esperanças de mudanças, a sentença é uma só: se conformar que tudo vai seguir sendo igual, com a tendência de piorar. Afinal, a única certeza que se tem é que o país está cada vez mais longe da saída. Então tragam a lona ou o muro, porque tanto faz, a verdade é que tudo isso virou um grande circo, ou um grande hospício.

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