Da Redação
Mesmo setembro caminhando para seu final, as queimadas ainda são um grande problema para os mineiros, principalmente para os divinopolitanos, uma vez que no Centro-Oeste, o 10º Batalhão de Bombeiros Militares (BBM), teve a maior concentração dos registros.
Dados fornecidos pela corporação, mostram Divinópolis, a cidade sede do 10º BBM, liderando com mais registros em todo estado, com 886 atendimentos apenas no mês de agosto. Infelizmente, o posto de cidade que mais registra atendimentos a incêndio se repete desde 2019 e agora com uma seca severa, os casos aumentaram significativamente.
Seguindo a lista, vem a Varginha, com 643; Sete Lagoas, com 616; Contagem, com 503 e Patos de Minas, com 497 ocorrências.
No Centro-Oeste outras cidades também aparecem na lista de mais ocorrências. Ocupando o 8º lugar, Itaúna teve 464 focos de incêndio, já em 12º aparece Oliveira com 446 e em 16º Formiga, registrando 421 atendimentos.
Nas cidades e zonas rurais
Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, 29% dos incêndios são registrados em lotes vagos, 35% em área urbana não protegida e 36% das queimadas ocorrem em área rural.
Exemplo ocorreu na última segunda-feira, 23, quando um incêndio de grandes proporções atingiu dois lotes vagos na região do bairro Belvedere. Os Bombeiros foram acionados por volta das 22h15 e conseguiram apagar as chamas. Segundo eles, a área consumida pelo fogo chegou a 25 hectares, mas as causas ainda não foram confirmadas.
Grande parte dos incêndios em vegetação são provocados por ações humanas. De acordo com Alberto Setzer, do Instituto Nacional de Pesquisas (INPE), “Nove a cada dez incêndios são provocados por causas humanas”.
Pior seca do Brasil
Passam os meses, mas as chuvas não vêm. Com queimadas incessantes, Divinópolis enfrenta seca severa. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), a estiagem deste ano está superando a de 2015. Os especialistas alertam que o estado de seca deve seguir até outubro e o cenário deve piorar.
De acordo com os dados do Cemaden, a seca mais severa havia sido registrada em 2015. No entanto, naquele ano a falta de chuva atingiu apenas uma parte das regiões, fazendo com que os rios secassem e a vegetação pegasse fogo. Diferente de 2024, a seca severa se alastrou por todo país de forma intensa, a falta de chuva desenvolveu impactos na vegetação que atingem uma área muito maior que a de 2015.
Imagem: dados do Cemaden
Apesar da chuva que caiu na madrugada de domingo, ainda assim não foi o suficiente para molhar nem metade da cidade. A Região Sudeste foi a que mais surpreendeu os especialistas, já que no início da primavera e todo verão sempre chovem na região. Os dados do Cemaden apontam que uma seca grave (S2) no Norte de São Paulo e no Centro-Oeste de Minas Gerais, bem como da seca moderada (S1) no Norte e no Sudeste de Minas, no Sul do Espírito Santo e de São Paulo e no Norte do Rio de Janeiro.
La Ninã
Diferente do ‘El ninõ’ , o fenômeno La Niña vem para resfriar as águas dos oceanos pacíficos, causando secas extremas no Sul e períodos de chuvas intensas no Norte e Nordeste do país.
Com o fenômeno se consolidando a partir do fim de setembro, o cenário pode piorar ainda mais até o fim da primavera. Este efeito deve se estender até a virada do ano, que geralmente contribui para as chuvas e melhora da seca no Norte e Nordeste.
Este resfriamento das águas do oceano Pacífico altera temporariamente a circulação da atmosfera sobre aquela região do planeta Terra, assim o La Niña causa redistribuição da umidade e mudança nas temperaturas, podendo intensificar as ondas de calor em locais que não comportam tais temperaturas e promover chuvas volumosas em regiões de cerrados.