Eleições são marcadas por agressões física e verbais

Da Redação

A corrida eleitoral em São Paulo ganhou mais um capítulo de violência. Após a cadeirada de Datena (PSDB) contra Pablo Marçal (PRTB), o clima de tensão tomou conta de mais um debate eleitoral, desta vez realizado pelo Flow News. Um dos assessores e videomakers de Marçal, Nahuel Medina, desferiu um soco contra o marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB), Duda Lima. Ele foi conduzido à delegacia, ouvido e liberado. O assessor foi levado ao Hospital Albert Einstein e precisou de seis pontos. 

Posicionamentos

Aos jornalistas, Einstein alegou que Lima estava xingando Marçal e se comunicando em códigos com Nunes. 

— Eu fui começar a filmar, para mostrar isso, para mostrar como eles agem pelas costas, como eles criam toda essa narrativa e manipulam tudo — alegou. 

O advogado da campanha de Marçal alega que Medina agiu em legítima defesa e, por isso, registrou a agressão contra o videomaker. Marçal também defendeu seu assessor. 

— Ele avançou contra um integrante da minha equipe e, na reação, ele acabou desferindo um soco contra ele.

Já a defesa de Lima apresentou um pedido de medidas protetivas para impedir a presença de Medina nos mesmos ambientes que ele, inclusive nos próximos debates. 

Para Nunes, o marqueteiro “levou um soco do nada” e classificou a agressão como “covarde”.

Confusão

O desentendimento aconteceu ao fim do debate eleitoral, quando Marçal foi expulso por receber três advertências. Na última, o empresário disse que Nunes “vai para a cadeia”. 

A fala foi repreendida pelo mediador do debate, Carlos Tramontina.

— O senhor aparentemente está aproveitando o último instante do debate para abaixar o nível.

Ao continuar com a insinuação, o candidato foi novamente advertido e excluído do debate, momento em que a confusão começou nos bastidores. 

Em comunicado, a organização lamentou o ocorrido. 

— É importante reforçar que todos os candidatos participantes concordaram e assinaram um contrato com as regras condicionais. No entanto, lamentavelmente, após as considerações finais, houve um episódio de agressão — afirmou. 

Ainda segundo o Flow News, as equipes prontamente agiram para proteger os presentes.

— Para garantir a segurança de todos, contamos com uma equipe de seguranças dentro e fora do estúdio. Além disso, a polícia, que estava acompanhando o evento desde o início, foi prontamente acionada e agiu rapidamente — destacou. 

Cadeirada

Apesar de críticas verbais, o primeiro caso mais grave aconteceu há uma semana, quando Datena acertou Marçal com uma cadeira no debate promovido pela TV Cultura. Ele sofreu lesões na costela e na mão, segundo seu advogado, sendo levado ao Hospital Sírio Libanês, onde passou por exames. 

A equipe de Marçal registrou um boletim de ocorrência contra Datena por agressão e injúria.

 Minas Gerais

O candidato a vereador  em Ervália, na Zona da Mata, Ilso Justino dos Santos, conhecido como Buiú do Posto, foi assassinado a tiros em 20 de agosto. Ele tinha 47 anos e tentava a reeleição. Seu sobrinho, de 40 anos, também morreu. Eles estavam em casa quando um homem encapuzado invadiu a residência e matou os dois. O suspeito, de 20 anos, foi preso. A principal hipótese é de que a motivação seria um desentendimento entre o sobrinho do vereador e o autor do crime, sem ligação política.

Outro caso, mais recente, aconteceu no sábado, em Juiz de Fora. Dois candidatos a vereador estavam na mesma feira, ocasionado tumulto e provocações. Os envolvidos foram encaminhados à delegacia de Polícia Civil (PC) para esclarecimentos.

O Estado liderou, no ano passado, o ranking de violência política, conforme levantamento do Observatório da Violência Política e Eleitoral no Brasil. Entre julho e setembro do ano passado, foram 13 casos. A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) assinaram, na semana passada, um termo de cooperação para combater crimes desta natureza. O objetivo é oferecer um canal especializado para denúncias de crimes cometidos contra parlamentares mineiros. 

Em Divinópolis, as polêmicas acontecem, em suma, no âmbito judicial. Os principais pedidos são pela remoção  de conteúdos publicados nas redes sociais, sob a alegação de propaganda eleitoral negativa. 

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