Mais rigor 

No mesmo dia, terça-feira em que a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, informou ter enviado um ofício à Polícia Federal (PF), ao Ministério Público Federal e aos presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) pedindo rigor na punição de candidatos envolvidos em casos de violência nas eleições de 2024, dois assassinatos de candidatos foram registrados no país, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro. A manifestação ocorreu no início da sessão plenária do tribunal, na noite desta terça, e foi a primeira feita pela ministra após os episódios de agressões envolvendo os postulantes à Prefeitura de São Paulo, nos últimos dias. Atitudes que vem envergonhando o Brasil que já não tem muito do que se orgulhar, quando o assunto é política.

Não é violência 

No documento, a ocupante do maior cargo da Justiça Eleitoral brasileira solicita às autoridades policiais e eleitorais que “deem celeridade, efetividade e prioridade às funções que exercem, de investigação, acusação e julgamento de atos contrários ao direito eleitoral e agressivos à cidadania”. A ministra é enfática ao afirmar que política não é violência, é a superação dela e que a violência praticada no ambiente da política desrespeita não apenas o agredido, mas toda sociedade e a democracia. Vai colocar isso na cabeça de quem “vende até a mãe” pelo poder. Infelizmente, os cargos políticos hoje não servem para auxiliar e atender as demandas dos cidadãos que pagam seus salários, mas para disputar quem tem mais poder e enriquecer “nas costas do pobre”.

Extremo 

Se a violência física passa todos os limites toleráveis dentro de campo de idéias e discussões democráticas, imagine quando que se chega ao extremo de matar ou encomendar a morte de alguém neste contexto. Pois é o caminho que infelizmente, alguns tomaram nestas eleições. Depois de homicídios em Minas Gerais, região Leste, em consequência de campanhas eleitorais, São Paulo e Rio de Janeiro foram no mesmo caminho. A polícia busca por imagens de câmeras de segurança para tentar identificar e prender os suspeitos do assassinato de Luis Antônio de Jesus Barbosa, 57 anos, conhecido como Luis Lampião (União Brasil), candidato a vereador de Santo André, interior de SP, encontrado já sem vida dentro de um carro nesta terça em Diadema, município próximo. Familiares relataram o desaparecimento no último domingo e rastrearam o carro que ele havia alugado e encontraram o corpo no banco traseiro, envolto em um cobertor, já com sinais iniciais de decomposição. As mãos e o pescoço estavam amarrados com uma corda, sugerindo estrangulamento. Inaceitável tamanha  covardia e violência. 

Sangrentas 

Já no Rio de Janeiro, a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga a morte do candidato a vereador João Fernandes Teixeira Filho, conhecido como Joãozinho Fernandes, de 48 anos, também nesta terça, dentro de um carro, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O postulante a uma cadeira no Legislativo estava dentro de um veículo com duas mulheres que fazem parte da campanha, também baleadas e levadas ao hospital. Joãozinho concorria a uma cadeira na Câmara pelo partido Avante e lançou a candidatura há menos de dez dias. Uma hora antes do crime compartilhou imagens da campanha nas redes sociais. Revoltante.  Por mais que se tenha indiferença, ou pertença a grupos rivais, não é assim que se resolve nada. A situação segue para um rumo tão perigoso, que se assemelha às disputas sangrentas no tráfico de drogas

Reforço 

O cenário é tão sóbrio que governadores enviaram ao TSE pedido de reforço federal durante o dia da eleição em seus Estados. Sabedor da situação, o órgão aprovou o envio de militares federais para realizar a segurança de locais de votação no primeiro turno das, no dia 6 de outubro. Por unanimidade, os ministros aprovaram um pacote de 53 processos para garantir o envio de soldados das Forças Armadas para municípios dos estados de Tocantins, Piauí, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Ceará, Maranhão, Acre, Mato Grosso, Pará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O envio de tropas federais ocorre quando um município informa à Justiça Eleitoral que não tem capacidade de garantir a normalidade do pleito com o efetivo policial local. Está aí, a prova do que virou as disputas no Brasil. Só faltou incluir São Paulo no pacote. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) está muito confiante. Porém, os últimos registros mostram que ele não deveria. 

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