Idosos que vivem em lares na cidade foram negligenciados pela família 

Da Redação

Apesar dos projetos sociais que a Prefeitura promove, a preservação da saúde mental dos idosos ainda é preocupante. Dados do Ministério da Saúde, divulgados em 2018, apontam alta na taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos, a maioria sofre de abandono e perda de familiares. 

Em Divinópolis, duas instituições de lares de idosos mantêm 104 pessoas, a maioria, conforme o Executivo foi negligenciada ou violentada pela família, e recebem poucas visitas. 

Dia dos Idosos 

O  Dia Internacional e Nacional da Pessoa Idosa é comemorado em 1º de outubro, uma data que coincide com a aprovação da Lei n.º 10.741, em 2003, que estabeleceu o Estatuto da Pessoa Idosa que garante o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

Mesmo após 21 anos da promulgação da lei, a cidade continua a enfrentar sérios desafios relacionados ao envelhecimento populacional e ao preconceito contra os idosos, o chamado etarismo. 

Segundo os relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU), nas próximas três décadas, a população idosa no mundo deverá mais do que dobrar, atingindo mais de 1,5 bilhão de pessoas em 2050, com aumento mais rápido ocorrendo nos países menos desenvolvidos. Com essa realidade em mente, impõe a necessidade de adaptação da sociedade para promover uma velhice tranquila e saudável.  

Desafios da velhice

Apesar de a população idosa ter crescido 39% nos últimos anos, e as projeções indicar que, até 2030, o Brasil será o quinto país com a maior proporção de idosos no mundo. O preconceito e negligência familiares ainda perpetua entre a sociedade. 

O etarismo é uma das formas de discriminação mais universais e persistentes. Ele afeta pessoas de todos os gêneros, raça e classe social, e seus impactos, embora muitas vezes subestimados, são devastadores, principalmente para a saúde mental dos idosos. Comentários aparentemente inofensivos, como os que sugerem a “incapacidade” ou “inadequação” dos mais velhos, reforçam uma visão negativa do envelhecimento, associando-o à incapacidade e à irrelevância, que são capazes de desenvolver solidão, depressão e afetar a saúde mental.

Números do Ministério da Saúde (MS), divulgados em 2018, apontam para a alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos. Além de terem que lidar com a perda locomoção motora, atrofiamento dos músculos e dores musculares contínuas. A outra razão é a saúde mental afetada, além do isolamento social e a negligência familiar, que preferem colocá-los em lares comunitários e asilos. 

Sem paciência para cuidar e lidar com as doenças que aparecem, os familiares optam por transferir os idosos para casas de lares comunitários. De acordo com a Prefeitura,o Lar dos Idosos e o Padre Libério mantêm hoje cerca de 104 pessoas, a maioria não tem contato com suas famílias, foram abandonadas ou sofreram abusos de seus parentes. Segundo o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, 87% dos casos de denúncias de violência aos idosos acontecem na residência da vítima.

—Idosos apenas são institucionalizados por medida de proteção por negligência, maus tratos, abandono ou outras violências e que se tenha esgotado todas as possibilidades de cuidado na família e comunidade —revela o ministério. 

Unidades 

A Prefeitura de Divinópolis e a Comunidade Católica Missão Maria de Nazaré administram duas importantes unidades de acolhimento a idosos: Nossa Senhora Aparecida e Unidade Padre Libério. Os espaços oferecem cuidado especializado e atenção humanizada para idosos que necessitam de apoio integral, muitos deles acamados ou em condições delicadas de saúde.

A importância desses lares vai além do cuidado físico. Eles proporcionam dignidade e conforto, aspectos essenciais para uma velhice tranquila, pois praticam atividades físicas complementares para promover a saúde. Além de danças, ginástica, musicoterapia, fisioterapia, artesanatos e pilates. Participam ainda de projetos de convivência social e inclusão digital, nos quais todos os moradores dos lares participam dessas práticas.

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