Virtù e fortuna 

É preciso estar preparado para os momentos ruins e aproveitar os bons. Divinópolis tem, politicamente, um excelente cenário. Ao menos até 2026, são dois deputados estaduais, um federal e um senador. Eles não precisam ser amigos ou concordarem ideologicamente. Cabe a eles apenas reconhecerem que estão unidos por um propósito invisível chamado Divinópolis. Justamente por isso, prefeito, vice e vereadores eleitos, sejam eles de qualquer município, devem despir-se de vaidades políticas e pessoais. É preciso diálogo, união e eficiência, pilares necessários para articular recursos e projetos. Os bons momentos passam – e rápido. Assim, concluído mais um pleito eleitoral, não há mais voto a ser pedido. Como mencionou Ana Paula do Quintino (Avante), relembrando uma fala que ouviu após ser eleita pela primeira vez quatro anos atrás, não é preciso agradecer a confiança do eleitor, mas honrá-la. Por isso, os bons gestores se planejam para encarar o futuro e lidar com a imprevisibilidade do amanhã; sabem não apenas se levantar para discursar, mas também sentar para ouvir. A boa política é a construção e, como qualquer obra, precisa de muitas mãos, de pessoas diferentes, com pautas distintas. Numa cidade com um prefeito e vice, 17 vereadores e quatro representantes estaduais e federais, além de quase 240 mil habitantes, é natural que discordemos em muitos tópicos. Mas que tenhamos a serenidade de olhar sempre para o propósito em comum por Divinópolis, numa tarefa não de construir muros que nos separem uns dos outros, mas de políticas públicas capazes de mudar a realidade. 

Cotados

Reportagem do jornal O Tempo, publicada ontem, lista oito possíveis candidatos ao governo de Minas Gerais. Com Zema (Novo) fora do cargo em 2027, o apoio do governador também pode ser considerado um importante fator na busca por um sucessor. Dentre os nomes cotados: Alexandre Kalil (sem partido), Alexandre Silveira (PSD), Aécio Neves (PSDB), Rodrigo Pacheco (PSD), Marília Campos (PT), Mateus Simões (Novo), Nikolas Ferreira (PL) e Cleitinho Azevedo (Republicanos). Com o fim das eleições municipais, o foco agora deve ser preparar o terreno para os próximos dois anos. A escolha natural para a continuidade da gestão é o atual vice de Zema, Mateus Simões. Derrotados no último pleito estadual para governador e senador, respectivamente, Kalil e Silveira talvez sejam nomes menos badalados – apesar do possível apoio do presidente Lula (PT) ao seu ministro de Minas e Energia. Reeleita ainda no 1° turno com 60,68%, Marília Campos é a única mulher na lista. Ela precisaria replicar, a nível estado, sua popularidade, afastando a rejeição ao Partido dos Trabalhadores por parte do eleitorado. Aécio parece sempre à espreita, esperando o melhor momento para retornar ao governo do estado, cargo que ocupou entre 2003 a 2010, porém sem nenhuma tentativa mais concreta até agora. Presidente do Senado, Pacheco é outro que pode estar nas urnas em 2026. Seu mandato de senador termina em 2027. A ideia seria, possivelmente, emplacar seu nome como uma candidatura menos polarizada, longe da disputa entre esquerda e direita. 

Um ou outro

Os outros dois nomes são os mais midiáticos, especialmente em termos de popularidade e alcance nas redes sociais. Possivelmente, são os mais fortes em uma eventual disputa. É difícil, porém, imaginar Cleitinho e Nikolas disputando o mesmo pleito, visto que ambos ocupam um espaço similar no espectro político. Com isso, a direita precisará escolher qual será seu ‘rosto’ na eleição para o governo de Minas – ao menos que um acordo seja articulado para fortalecer a candidatura, por exemplo, de Simões. Não há dúvida que, qualquer seja o nome definido, larga com boas chances. 

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