Da Redação
Com pouco mais de dois meses pela frente, 2024 quase dobrou os casos de dengue em comparação ao total do ano anterior. Agora, com a chegada do período chuvoso, os cuidados com o acúmulo de água devem ser intensificados.
Um gráfico da Secretaria de Saúde (Semusa) mostra que, entre 2020 a 2022, os números eram relativamente baixos, registrando 974 casos, 311 e 494 respectivamente.
Já no último ano, a tabela mostra que houve um crescimento exponencial de 2.082,79% em relação a 2022, saltando de pouco menos de 500 casos para 10.783 registros. Além dos casos contabilizados, o número de pessoas que precisaram ficar internadas também teve aumento, passando de 37 em 2022, para 436 no último ano.
Dados de 2024
Ainda de acordo com a Semusa, em dados atualizados até 9 de outubro, são 17.357 casos notificados. Desses, 14.584 foram confirmados, 604 precisaram ser hospitalizados e 14 pessoas morreram.
Além da dengue, Divinópolis notificou 1.019 casos de chikungunya, sendo 719 confirmados. A secretaria também confirmou seis hospitalizações e uma pessoa evoluiu para óbito. Nos casos de zika vírus, apenas oito estão em investigações, sem registros de hospitalização e nem mortes pela doença.
Os casos se concentram na região do Centro, São José e Bom Pastor. Os três bairros registraram juntos 2.618 casos.
52 toneladas de lixo
Como a água parada é o principal meio de reprodução dos vetores da doença, mutirões de agentes de saúde e demais profissionais da Vigilância Ambiental retiraram 52 toneladas de lixo em diversos bairros de Divinópolis.
Em julho, as ações foram responsáveis por recolher 19 toneladas de reservatórios, já em agosto, cerca de 17 toneladas. Por fim, em setembro, o número de materiais foi de 14 toneladas e duas toneladas de pneus.
Nova vacina auxilia no combate
Aprovada em março deste ano, a vacina para a prevenção da dengue é um instrumento de extrema importância no combate. Através do imunizante, Qdenga, quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença conferem uma ampla proteção contra a dengue.
Atualmente em Divinópolis, 6.236 doses foram aplicadas, sendo 4.513 da primeira dose, e 1.723 da segunda. A fase de imunização do município tem como público alvo crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos. Vale lembrar que até ontem, 15 de outubro, a vacina estava disponível apenas para quem precisa receber o reforço do imunizante.
Prevenção
O Ministério da Saúde faz um alerta para os tipos de prevenção, e destaca sobre a atuação da vacina como uma nova arma contra a doença.
Em 21 de dezembro de 2023, a vacina contra a dengue foi incorporada no Sistema Único de Saúde (SUS). A inclusão do imunizante contra a dengue é uma importante ferramenta no SUS para que a dengue seja classificada como mais uma doença imunoprevenível.
A vacina contra a dengue entra no Calendário Nacional de Vacinação pela primeira vez em fevereiro de 2024. Embora exista a vacina contra a dengue, o controle do vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle para a dengue e outras arboviroses urbanas (como chikungunya e Zika), seja pelo manejo integrado de vetores ou pela prevenção pessoal dentro dos domicílios.
É importante entender que ao adotar medidas de controle ao vetor após a introdução de um ou mais sorotipos novos do vírus da dengue, a possibilidade de se interromper a transmissão é reduzida, uma vez que há elevada densidade vetorial. Além disso, o tempo que decorre até a redução das populações de Aedes aegypti é muito maior que a velocidade de circulação viral, pois nessas circunstâncias a população sob risco é suscetível.
Além da vacina, a boa e velha organização, limpeza e evitar água parada, ainda se mostram eficazes. Como a água parada é o principal meio de transmissão, o Ministério da Saúde mostra algumas medidas, consideradas simples, que ajudam no combate à transmissão do mosquito.
O órgão destaca a necessidade de manter fechados a tampa da caixa d’água, ralos e pias, além de higienizar bebedouros de animais de estimação, descartar pneus velhos, retirar água acumulada da bandeja externa da geladeira e bebedouros, limpar as calhas e a laje da sua casa e colocar areia nos cacos de vidros nos muros e vasos de plantas que possam acumular água.
Outras ações importantes são amarrar bem os sacos de lixo e não descartar resíduos sólidos em terrenos abandonadas ou na rua, fazer inspeções em casa pelo menos uma vez por semana, fazer uso de repelentes, instalar telas e, por fim, receber bem os Agentes Comunitários de Saúde e de Controle de Endemias que trabalham em suas cidades.
Covid com ligeiro aumento
Além dos cuidados com a dengue, outras doenças ainda requerem alguns cuidados especiais. Neste ano, os casos de covid saíram de 114 casos em janeiro para 417 em fevereiro, porém o quadro mostrou uma grande diminuição entre os meses de abril e agosto.
Porém, no último mês, 53 casos foram confirmados na cidade. O número aumentou e foi maior que os registros de abril. No caso de outubro, até o dia 10, 28 casos da doença haviam sido confirmados.
