Por Jorge Guimarães
Os supermercados mineiros registraram, entre janeiro e agosto deste ano, um aumento médio de 2,68% no consumo das famílias em relação ao mesmo período de 2023. O crescimento reflete uma recuperação gradual do poder de compra das famílias e a retomada do consumo, influenciada por fatores como a desaceleração da inflação e a estabilidade econômica, que permitiram maior flexibilidade no orçamento.
Agosto
No mês de agosto, em comparação com o mesmo mês do ano passado, o setor também apresentou um crescimento na demanda, com uma expansão de 1,71%. Esse aumento, ainda que moderado, demonstra a continuidade da tendência de recuperação, reforçando o papel do segmento supermercadista como um dos principais em referências da economia, avalia o gerente de uma loja de rede, Sérgio Antônio de Oliveira.
— Esses resultados são positivos para o setor, já que refletem o comportamento mais otimista do consumidor e o cenário econômico mais favorável. Ao mesmo tempo, indicam que o ritmo de consumo está se estabilizando, o que traz boas expectativas para o fechamento do ano, com possível crescimento adicional nas vendas — afirma.
Dados
Os dados são do Índice de Consumo dos Lares Mineiros, uma pesquisa mensal realizada pela Associação Mineira de Supermercados (Amis), que abrange empresas de todos os portes em todo o estado. Uma pesquisa, ajustada pela inflação com base no Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela uma importante tendência de aumento no consumo das famílias mineiras. Na comparação entre agosto e julho deste ano, houve um crescimento de 2,94% nas compras realizadas nos supermercados.
— Esse aumento no consumo mensal reflete um cenário de maior confiança dos consumidores, impulsionado por fatores econômicos como a estabilidade dos preços e o aumento do poder de compra. A pesquisa da Amis destaca a relevância do setor de supermercados para o comportamento de consumo das famílias, ocasionalmente como um indicador de recuperação do crescimento econômico — pontua Sérgio Antônio.
Ainda de acordo com o gerente, os indicadores reforçam o papel dos supermercados como uma das principais fontes de abastecimento para as famílias mineiras.
— O crescimento observado de um mês para o outro demonstra uma retomada gradual no volume de compras, o que é um sinal positivo para o comércio e a economia local — finaliza.
Crescimento
O presidente executivo da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Antônio Claret Nametala, destacou o impacto positivo das condições econômicas de Minas Gerais no desempenho do setor supermercadista. Ele atribuiu o crescimento, tanto em relação a julho quanto no acumulado do ano, à melhoria do ambiente econômico do estado, incluindo a queda nas taxas de desemprego e o aumento da renda dos trabalhadores mineiros.
Namela ressaltou que o comportamento da demanda nos supermercados está diretamente ligado à renda dos consumidores e à estabilidade financeira das famílias.
— Com mais pessoas empregadas formalmente, há um aumento no poder de compra, o que reflete diretamente no consumo em supermercados, um setor essencial para o cotidiano das famílias. Assim, a expansão do mercado de trabalho formal é um indicador importante de maior consumo num setor essencial no dia a dia dos lares — pondera.
Variação
No comparativo regional, uma pesquisa da Amis revela que, entre agosto e julho deste ano, a região Central de Minas Gerais obteve o maior crescimento no consumo, registrando um aumento de 3,30%. Em contrapartida, a região Norte/Noroeste apresentou o menor crescimento, com 2,01%. Esse desempenho desigual entre as regiões reflete as características específicas de consumo e fluxo populacional ao longo do ano. Já a região Centro-Oeste tem 1,86% de crescimento acumulado no ano.
O presidente executivo da Amis, Claret, destaca um fator relevante para os resultados positivos de agosto: o retorno das famílias das férias.
— Outro fator positivo para os números de agosto é por ser o mês em que muitas famílias retornam das férias e precisam fazer a compra do mês — explica.
Ele reforça que o comportamento é mais evidente na região Central, especialmente na Grande BH, que costuma registrar uma saída maior de consumidores.