Da Redação
O Dia Mundial da Alimentação, celebrado na quarta-feira, também serve como um alerta para o número de pessoas que vivem em extrema pobreza. Segundo os dados da Prefeitura de Divinópolis, 250 famílias vivem essa realidade em Divinópolis. Por trás desse cenário, a principal causa é a desigualdades e retrações econômicas, conforme observa a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
A situação é ainda mais ampla. Segundo o Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar (SOFI), neste ano cerca de 2,5 milhões de pessoas ainda vivem em insegurança alimentar, o termo é usado para famílias que não sabem se vão se alimentar no dia seguinte. Apesar de ser grande volume, em comparação a 2023, cerca de 24 milhões de pessoas deixaram de passar fome no país.
Insegurança alimentar
A insegurança alimentar é uma questão enraizada em uma série de fatores socioeconômicos, como a desigualdade econômica, falta de saneamento básico, o desemprego e mudanças climáticas que afetam a produção dos produtos. De acordo com a FAO, a dependência de alimentos culturais, como arroz e milho, enfraquece a capacidade das comunidades em enfrentar choques climáticos e outras crises.
Os números das Organizações das Nações Unidas (ONU) mostram que não ter comida todos os dias é um problema que afeta pessoas no mundo todo. Segundo a ONU, cerca de 735 milhões de pessoas passaram fome, no ano passado.
Mesmo com o país ainda dentro do mapa da fome, houve uma melhora no cenário. Segundo o SOFI 2024, em números absolutos, 14,7 milhões deixaram de passar fome no país, em 2023. A insegurança alimentar severa, que afligia 17,2 milhões de brasileiros em 2022, caiu para 2,5 milhões, neste ano. O percentualmente da queda foi de 8% para 1,2% da população.
Divinópolis
Já em Divinópolis, das 231.091 habitantes, 250 famílias ainda estão em situação de insegurança alimentar, neste ano. Em 2023, cerca de 7.259 famílias viviam em extrema pobreza. Dentre as políticas públicas de combate à fome, a reabertura do restaurante popular.
Ainda segundo a atual administração, o restaurante recebe cerca de 900 pessoas por dia. O intuito é atender as comunidades vulneráveis da cidade.
— A iniciativa surgiu a partir da necessidade da reativação do equipamento após mais de dez anos desativado. Para atender as pessoas necessitadas e todos aqueles que desejarem uma alimentação de qualidade e balanceada, o Restaurante vem em resposta às demandas por políticas sociais e inclusivas — destacou o Executivo.
Restaurante popular
O restaurante popular é uma das medidas públicas para dar acessibilidade aos divinopolitanos a uma refeição nutricionalmente completa a preços acessíveis à população de baixa renda, vulnerabilizados socialmente e em situação de insegurança alimentar e nutricional.
O acesso ao restaurante popular é universal, ou seja, qualquer cidadão pode ser beneficiário do equipamento público. Contudo, a prioridade são os grupos populacionais específicos em situação de insegurança alimentar e nutricional e/ou vulnerabilidade social, como o caso de beneficiários do CadÚnico. Conforme os dados da Prefeitura, 300 pessoas que são beneficiadas pelo sistema de assistência social utilizam a refeição popular.
Ainda de acordo com o Executivo, é direito dos beneficiários do CadÚnico o valor de R$ 4,99 a refeição, enquanto a população é cobrado R$ 7,99 por refeição. O restaurante oferece quase mil refeições por dia, de segunda à sexta-feira de 10h30 às 14 horas, no Centro da cidade.
