José Carlos de Oliveira
Os ‘vacilos’ de Pedrinho
Tem algumas máximas na vida – principalmente no futebol – que poderiam muito bem ser encaixadas para se analisar, ou pelo menos questionar, colocar em “xeque”, o atual momento do time do Cruzeiro, que está há vários jogos sem vencer no Brasileirão e o que é pior, ainda não sabe o que é vitória sob o comando do técnico Fernando Diniz. E nem adianta os defensores do indefensável soltarem os “cachorros”, porque contra verdades, não há argumentos.
Errou feio
E no clube estrelado as máximas de que “manda quem pode e obedece quem tem juízo” e de que em “time que está vencendo não se deve mexer” podem muito bem se enquadrar para explicar o atual momento azul. E nas costas do novo dono da SAF estrelada, Pedro Lourenço, podem sim recair alguns questionamentos, colocando-o no olho do furacão. Se não, vejamos…
Primeiro vacilo
A primeira bola fora do Pedrinho foi logo no início de sua gestão, quando tornou pública, em áudio vazado, sua posição quanto aos novos reforços e ao comando do time, deixando antever que o então treinador teria a obrigação de escalar os novos contratados. E deu no que deu,
Botou pressão para cima do técnico Fernando Seabra e, porque não dizer de todo o elenco, colocando uma pulga atrás da orelha de muita gente, sobre quem escalaria o time dali para frente. Com isso o rendimento da equipe caiu e os resultados já não foram os mesmos, e isso fica bem claro com a estagnação na classificação, com o Cruzeiro se mantendo na parte de cima da tabela tão somente pelos pontos que foram conquistados nas rodadas anteriores às mudanças.
Segundo vacilo
Se antes o discurso no Cruzeiro era de pés no chão, com Pedrinho as expectativas aumentaram – e tinha mesmo que ser assim – com os discursos dos diretores sendo agora de brigar na parte de cima da tabela, e isso, antes mesmo de ver se daria ou não liga a nova formação do time. Agora, com a obrigação de vencer, a bola começou a queimar nos pés de alguns e as jogadas já não fluem com a simplicidade e eficácia de antigamente.
Terceiro e pior vacilo
Este foi de doer. Foi a diretoria apostar num treinador que sabidamente tem um método pré-definido de trabalho, totalmente o inverso do que vinha sendo feito com o antigo comandante, um modo de jogar que leva muito tempo para ser colocado em prática. Se nem na seleção brasileira a forma de Fernando Diniz ver o jogo deu certo, não seria no Cruzeiro que se encaixaria, da noite para o dia. Isso é algo que somente o tempo, e muito treino, pode fazer com que dê resultados.
Colhendo os frutos
Agora o treinador e até mesmo o Pedrinho BH – antes unanimidade no meio da torcida – já começam a ser questionados quanto ao futuro do Cruzeiro, e nas arquibancadas e pelas redes sociais começam a chover as críticas pelo insucesso do time, e até no quadro de sócios torcedores isso já é sentido. Depois de um enorme crescimento nas primeiras semanas com novo dono, o programa de sócio torcedor está estagnado agora, dando mostras que a tendência é de diminuir e não aumentar até o final do ano.
Ainda dá para melhorar
Sim, dá. Porque a equipe celeste na verdade não é pior do que a maioria dos times que disputam o Brasileirão, mas o que pode pesar contra, principalmente nas costas do técnico Fernando Diniz, é a obrigação de vencer. E é esta pressão que deve ser evitada a qualquer custo, pois só acontecerá com resultados. Então a única receita, nem é para hoje, é para ontem mesmo, é tratar de reencontrar o caminho das vitórias, porque somente assim as coisas voltaram à normalidade para os lados da Toca da Raposa.
Obrigação de vitória
E o caminho para diminuir a pressão para cima da Raposa neste final de temporada passa, obrigatoriamente, pela disputa da Copa Sul-americana. Se antes só o fato de chegar às semifinais deixaria a muitos satisfeitos e felizes, hoje a situação é totalmente diferente, é obrigação buscar o sucesso. E nem é em relação a título, mas de chegar à grande final, seja contra quem for. E isso passa por um grande resultado neste meio de semana. Para o jogo desta quarta-feira, contra o Lanús, estão voltadas todas as esperanças de um melhor fim de ano para a China Azul, e a obrigação da Raposa, é sim, de vitória e, na medida do possível, por um placar convincente.