Matheus Augusto
Belo Horizonte ainda vive a expectativa do segundo turno para conhecer seu próximo prefeito. Nos bastidores, no entanto, a movimentação já é pela disputa do governo de Minas Gerais, daqui a dois anos. Um dos nomes cotados é do divinopolitano Cleitinho Azevedo (Republicanos). O senador se colocou à disposição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para ser o ‘rosto’ da direita na disputa pelo governo do Estado, em 2026.
Pela direita, outros dois nomes estão entre os principais cotados: do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e do atual vice-governador, Mateus Simões (Novo).
Apoio
A expectativa é que o governador Romeu Zema (Novo) se afaste do Executivo em março de 2026 para concorrer à presidência. Com isso, quem assume é Simões. Já no ano passado, Zema havia manifestado interesse na sucessão de seu vice.
— Agora, tudo isso vai depender das questões partidárias, dos arranjos que serão feitos — declarou ao jornal O Tempo, em dezembro.
Ao Agora, Cleitinho disse que o apoio do atual governador não será decisivo para sua eventual primeira candidatura ao Executivo estadual.
— Nunca precisei do apoio dele, nem quero — ressaltou.
Cleitinho já havia dito, no fim de semana, estar à disposição de Bolsonaro para liderar uma chapa pelo governo do estado.
— Se o Nikolas quiser ser candidato a governador, eu apoio ele. Não tem problema nenhum. Agora, quem vai decidir o que vai ser é o povo. Se o povo quiser, também, eu estou à disposição — afirmou.
Nikolas
Em entrevista ao jornal O Tempo, na terça-feira, Nikolas se mostrou indeciso quanto à possibilidade de disputar o Executivo.
— Não sei se ainda é o momento. A questão fiscal de Minas está extremamente delicada — justificou.
Em sua avaliação, caso o presidente Lula (PT) seja reeleito, um governador da oposição teria dificuldades de governabilidade.
— Não tenho dúvidas de que ele vai fazer do céu o inferno para eu não conseguir governar — citou sobre sua possível eleição.
Por fim, afirmou não ter qualquer projeto pessoal para o pleito.
— Não tenho avareza nenhuma, nem sede de poder — pontuou.
Nikolas foi o deputado mais votado em 2020 e o terceiro da história da Câmara dos Deputados, com 1,84 milhão de votos.
Outros nomes
Dentre os nomes avaliados para a disputa estão: Alexandre Kalil (sem partido), Alexandre Silveira (PSD), Aécio Neves (PSDB), Rodrigo Pacheco (PSD) e Marília Campos (PT).
Alexandre Silveira é atualmente o ministro de Minas e Energia. Em 2022, ele disputou o cargo de senador, tendo obtido 3,6 milhões de votos, porém sendo superado por Cleitinho.
Já Aécio Neves (PSDB) governou o estado entre 2003 a 2010. Atualmente, é deputado federal, tendo recebido 85.341 votos em 2022. Das dez eleições que disputou, perdeu apenas em 2014, quando disputou a presidência e foi derrotado por Dilma Rousseff (PT).
Alexandre Kalil tentou ser governador em 2020, porém foi superado por Zema – 56,18% contra 35,08%. Sua primeira eleição aconteceu em 2016, quando foi eleito prefeito de Belo Horizonte, sendo reeleito em 2020.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), também é cotado. Pacheco foi eleito deputado federal em 2014, tentou sem sucesso ser prefeito de BH em 2016 e ocupa uma cadeira no Senado desde 2019.
Outro possível nome é da prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), reeleita neste ano em 1° turno, com 60,80% dos votos. Ela chega a seu quarto mandato à frente da Prefeitura da cidade.