CREPÚSCULO DA LEI – ANO VI – CCCV
Pele branca, máscaras brancas
(Homenagem a “Pele negra, máscaras brancas”, 1956, de Frantz Fanon)
O governo de Minas prossegue sob regime da psicopatocracia, tema cabível de compreensão política mediante uma consulta aos anais da ponerologia – psicopatas no poder.
Sem assombro, estudos diversos demonstram que os piores psicopatas estão na política, exatamente pelo fato dali se constatar facilmente indivíduos com sinais claros de transtorno de personalidade antissocial, quais sejam a apatia e falta de sensibilidade diante da morte e do sofrimento do outro, decorrentes de ações políticas causadoras de morte em massa, como desvios na saúde, na educação ou na violência policial determinada contra as classes mais baixas.
Exatamente eles, (os) psicopatas no poder, demonstraram recentemente sua capacidade, durante a pandemia COVID, matando vítimas em números que chegaram próximo a 1 milhão de cadáveres. Evidentemente que remorso ou constrangimento algum surgiram da parte dos psicopatas responsáveis.
Psicopatas estão por aí, mundo afora, matando na Palestina, reproduzindo de forma mais violenta e cruel um novo holocausto, como também os psicopatas estão matando no Sudão, tem ainda aqueles psicopatas que estão estimulando e patrocinando a guerra na Ucrânia.
Bem mais próximo, existem outros psicopatas, aqueles de modo soft-cool. O governo de Minas encontra-se neste patamar.
Trata-se de um governo useiro e vezeiro na prática psicopata de maldizer nordestinos, injuriar professores, professar a soberba em seu favor, bem como dar vazão à ganância e lucro de empresas de mineração, locadoras de veículos e bancos.
A psicopatia no governo de Minas se manifesta sempre favorável aos empresários, um governo de empresários para empresários.
Assim, de mansinho, mais uma vez se manifestou a psicopatia no governo de Minas, na abertura da 36ª SuperMinas Food Show, Expominas , Belo Horizonte – setor empresarial do atacado supermercadista.
Com sua costumeira xenofobia, em conúbio com aporofobia, a chefia psicopata de Minas proferiu infâmias em desfavor do benefício Bolsa Família.
Com trejeitos previamente ensaiados – é necessário ao psicopata alguma dissimulação disfarçada de inocência – a psicopatia no governo de Minas disse (pasme-se!) que o Brasil “é um país difícil” (sic). Difícil porque “tem mão de obra disponível…só que, em Minas Gerais, de Bolsa Família, temos mais de um milhão recebendo que alegam não ter oportunidade de trabalho”.
Sem qualquer dado, estudo ou fundamento científico, a psicopatia no governo de Minas quis dar a entender que o Bolsa Família afasta pessoas do emprego, e ainda, as tornam mais exigentes, prejudicando assim… os empresários.
A psicopatia no governo de Minas não se contentou, afinal era necessário defender ainda mais os empresários.
Assim, prosseguiu com a fala, e se manifestou alegando que não se justifica o “excesso de reclamação de trabalhadores”, tendo em vista que não há que se criticar o trabalho praticado nos finais de semana.
A psicopatia no governo entende que esse tipo de reclamação são “pré-requisitos” prejudiciais aos empresários daquele setor supermercadista.
Veja-se como a psicopatia é psicopata: reclama de quem reclama, e escondendo que reclamou, reclama (e aprova) para si mesmo dois aumentos salarias, sem qualquer remorso ou vergonha. Nada de “novo”.
Por Domingos Sávio Calixto