A coluna tratou na semana passada, precipuamente, da violência no futebol. Infelizmente, o amante do futebol, que vai ao estádio para torcer pelo seu time e zoar o adversário de forma sadia, passará a se contentar em assistir aos jogos no conforto e segurança do seu lar e nada de sair para comemorar sob o risco de voltar com coroa de flores encomendada. No último domingo, torcedores palmeirenses armaram uma emboscada para a Máfia Azul, torcida organizada do Cruzeiro, no KM 65 da Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã/SP, resultando na morte de um cruzeirense (carbonizado) e 17 feridos, sendo sete com traumatismo craniano. As imagens mostram palmeirenses agredindo e humilhando cruzeirenses com chutes no rosto, pauladas e xingamentos. Um ônibus que levava os torcedores do Cruzeiro foi depredado e incendiado. O fato ocorreu às cinco da manhã. Ou seja, os palmeirenses nem dormiram!
Vingança : dois anos de espera
Dizem “que vingança é um prato que se come frio” e foi isso que a torcida palmeirense demonstrou. Segundo informações, a emboscada seria uma resposta a outro confronto ocorrido, na mesma rodovia, no KM 592, em Carmópolis de Minas, na manhã do dia 28 de setembro de 2022. Vários palmeirenses ficaram feridos. Na época, pelas redes sociais, a Máfia Azul afirmou que agiu em “legítima defesa para defender a integridade” dos torcedores. Quanto ao ocorrido no último dia 27, a Mancha Alvi Verde declarou que nada tem a ver com o ocorrido, embora os agressores gritassem “É a Mancha, car****. Aqui é a Mancha, por**” além de outros palavrões impronunciáveis. A torcida que sofreu banimento em agosto/2024 por 30 dias, pelo recente ato de selvageria, está banida por tempo indeterminado. Ah, o Palmeiras já havia cortado relações com a Mancha Alvi Verde antes do ocorrido. Trouxas!
Descumprimento de medida
Os torcedores cruzeirenses voltavam para Minas Gerais após acompanhar o time na partida contra o Athletico, em Curitiba/PR, quando foram surpreendidos pelos torcedores palmeirenses. A questão é que, conforme informado semana passada, a orientação do Ministério Público de Minas Gerais, acatada pela Federação Mineira de Futebol, é o banimento da Máfia Azul até março/2028. A torcida organizada está proibida do uso, porte e exibição de qualquer vestimenta, faixa, bandeira, instrumento musical ou qualquer objeto que possa caracterizar sua presença, e ainda frequentar estádios no território nacional e seus respectivos entornos nos dias de jogos, respeitando um raio de cinco mil metros. A multa por descumprimento é de R$ 50 mil. Resumindo: além de morte, feridos (alguns graves), multa por desobediência. Será que assim aprende ou haverá novo confronto? Quem ganha com isso?
River x Atlético Mineiro
A torcida Galoucura também está banida até março/2026, mas o banimento não vale para o exterior. Alguns torcedores foram assistir ao jogo de terça na Argentina e sofreram nas mãos de torcedores do River. Conforme pontuou a coluna na semana passada, a ida de atleticanos a Argentina seria arriscada, como de fato foi. Um ônibus com torcedores foi apedrejado, felizmente sem danos maiores além de janelas quebradas. O veículo que conduzia a delegação teve dificuldades para chegar ao estádio também devido a violência. E para fechar a conta, houve racismo praticado contra os torcedores, dentro e fora do campo. Até quando isso?
Esperança
Felizmente os violentos são a minoria, embora contaminem o cesto todo. As duas torcidas mineiras também estão envolvidas em ações sociais de grande relevância e mais, a maioria de seus membros ficam só na leve zoação de Marias e Frangas e se felicitam nas redes sociais. Cabe aos dirigentes das torcidas não somente em Minas Gerais, mas em todos os lugares, seja lá qual for a modalidade esportiva, criar um processo seletivo, pedir antecedentes criminais, relatório psiquiátrico, enfim, todo e qualquer meio válido, lícito para que a pessoa possa fazer parte e assim quem sabe, a selvageria venha a ser definitivamente banida.
Insegurança
O ambiente hospitalar não está diferente quando o assunto é violência. Na noite de terça, uma enfermeira foi vítima de injúria racial na UPA. Outros casos, inclusive de agressão física, já ocorreram na unidade. Mas não é lá somente. Nos hospitais, não raro, pacientes e familiares tratam enfermeiros e médicos com violência verbal e física. A maioria dos casos não envolvem pacientes com transtornos psiquiátricos. É gente chata mesmo, que não respeita ninguém, que não vê autoridade em lugar nenhum. Reclamar por um serviço melhor é direito. Agredir, não! E nem resolve! O que agrediu a técnica de enfermagem passou de paciente a preso custodiado e além do repúdio da sociedade, ainda enfrentará processos na esfera cível e criminal. Bem feito!
Preocupante
Os casos de pessoas infectadas com Aids têm aumentado de forma assustadora e não se vê nada sobre isso. Atualmente só se fala no dia 1º de dezembro, que é o Dia Mundial de Combate a Aids e depois não se toca mais no assunto. Muitos estudantes, embora na adolescência, nem sabem do que se trata e isso é grave. Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids têm que ser assuntos recorrentes, com matérias informativas ao alcance de todos. Prevenção se faz com informação. Capisce?
E para não dizer que não falei de política
Segundo divulgado na mídia, o vendedor de sonhos que vendeu para Lais Soares (PSD) a ilusão de ganhar as eleições com 80% dos votos válidos levou R$ 160 mil. Está claro agora o porquê de ter questionado a pesquisa que custou R$ 23 mil e que demonstrou que Gleidson Azevedo (Novo) ganharia. É porque ilusão custa caro!