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Especial Dia das Mães: Uma história de 19 anos de dedicação

by Portalagora

Juliana Lelis

Subir as escadas de sua casa várias vezes ao dia com Diana nos braços, acordar três vezes por semana antes de o sol nascer para viajar até Belo Horizonte onde sua filha recebe tratamento, aprender a ser mãe e, ao mesmo tempo, enfermeira de sua pequena. E tudo isso com um grande sorriso no rosto e o astral lá em cima. Há 19 anos, essa é a rotina de Maria José de Castro, mãe de Diana, que nasceu com uma rara doençae vem desde então superando os prognósticos médicos e lutando para viver.

Maria José, de 48 anos, é natural de São Sebastião do Oeste, mas há 30 anos vive em Divinópolis. Mãe de duas filhas, uma de 21 anos e Diana de 19, ela passou pelo processo da gravidez de forma tranquila sem nenhuma complicação. Porém, quando a pequena Diana nasceu, veio a informação de que a filha poderia sofrer algumas crises convulsivas. Cinco dias após o nascimento, a menina foi para casa e, com 15 dias, ocorreu sua primeira crise.

– Até então, a única coisa que eu sabia era que ela poderia ter crises convulsivas e eu precisava ficar de olho. Então, a levei ao médico, que atransferiu para Belo Horizonte, onde foi diagnosticada – contou.

Diana nasceu com uma rara doença, que pode acontecer em uma a cada mil crianças, a Síndrome de Joubert. É a única em Divinópolis com o diagnóstico. Além da síndrome, a menina sofre de rins policísticos, cisto no cérebro, displasia do vermis cerebelar, não tem cerebelo e é autossômica e recessiva. Como a doença é extremamente rara, após o diagnóstico, Maria José pouco sabia sobre o tratamento e o primeiro prognóstico foi claro: Diana tinha apenas oito meses de vida.

– Os médicos me falaram que a criança com essa doença sobrevive apenas oito meses, mas a Diana vem batendo todos os recordes. Quando descobrimos, tivemos de correr muito, gastamos o que tínhamos e o que não tínhamos, eu fiz rifa para arrecadar dinheiro para os exames, porque na época não conseguimos pelo SUS, era tudo particular, mas eu sempre tive muita fé em Deus, e ele colocou em nosso caminho um médico que trabalhava com pesquisas, interessou-se pelo caso delae a colocou dentro do hospital das clínicas – lembrou.

Aprendizado

Maria José conta que, quando soube do diagnóstico da filha, teve medo, pois não tinha nenhum conhecimento na área e sabia que, dali em diante, sua filha precisaria de seus cuidados em tempo integral.

– Eu vim direto da roça, não tinha conhecimento nenhum, mas sempre tive muita fé, então eu peguei com Nossa Senhora e pedi que, aonde fosse preciso que eu fosse com a Diana, o que eu tivesse que aprender, que ela me ajudasse, e eu nunca desisti. Agora, já se passaram 19 anose eu continuo firme, sem desistir – falou.

Por mais de 10 anos, a mãe realizou em casa a diálise peritoneal em sua filha. O treinamento para realizar o procedimento era feito em Belo Horizontee Maria precisava voltar para casa logo, pois sua filha mais velha, de apenas 4 anos, também precisava de seus cuidados.

Em três dias, aprendeu tudo e impressionou até as enfermeiras. Depois desse curso, realizou por muito tempo a diálise dela aqui em casa.

Desde 2009, três vezes por semana, Maria e Diana vão a Belo Horizonte, onde a menina recebe a hemodiálise. O tratamento foi necessário após a pequena perder o peritônio devido a uma infecção.

– Nessa época, os médicos me falaram que eu não a levaria para casa. Mas eu sabia que ela ia vencer isso, e ela conseguiu. Agora, realiza a hemodiálise lá, três vezes por semana – relatou.

Outro momento em que a fé de Maria foi maior que qualquer prognóstico médico foi em 2014. Após chegar ao hospital para hemodiálise, sorrindo e brincando, em duas horas de procedimento, a menina entrou em coma profundo e foi diagnosticada com AVC.

– A tomografia mostrou um sangramento na cabeça. Fizeram a drenagem e ela ficou no CTI, mas ela estava com osteomielite na cabeça e teve de voltar para o bloco, fazer uma nova cirurgia e perdeu uma parte da calota craniana. E, mais uma vez, surpreendendo todas as expectativas, ela superou as cirurgias e hoje está ainda mais esperta que antes – conta.

Exemplo

Com o astral lá em cima, Maria conta que nunca se desesperou, mesmo quando os médicos a desacreditavam. A mãe já passou seis meses no hospital com Diana internada, sem sair de perto da filha, nem por um dia.

–É triste, a gente tem nossos limites, mas a Diana é minha prova de Deus. Evoluímos como pessoa em todos os sentidos. Eu falo que esses meninos vêm na vida da gente só para ensinar. Com ela, aprendi a conviver com as pessoas, melhorei o convívio na minha casa, aprendi tudo com ela. E sei que nada disso foi perda de tempo, porque, mesmo com as dificuldades, posso dizer que ela trouxe só alegrias para minha vida – concluiu.

 

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