Bruno Bueno
‘Qual foi o meu crime?’. A frase impactante foi dita pelo vereador Edsom Sousa (CDN) em entrevista exclusiva Agora nesta terça-feira. O vereador foi destituído da CPI da Educação pelo presidente da Casa, Eduardo Print Júnior (PSDB). A Comissão investiga compras realizadas pela Prefeitura de Divinópolis no final do ano passado.
Foi a primeira entrevista de Edsom Sousa após sua destituição.
Recurso
Indignado, Edsom disse que não irá recorrer a decisão de Print.
— Recorrer? Eu recorro a minha consciência, a alma de Deus, a utopia, o sonho. Essas negociatas de bastidores não vou recorrer. Em que parte do regimento dá o direito do presidente de destiuir uma pessoa? (…) Qual foi o meu crime? A publicação dessa portaria aconteceu dia 20. No dia 21, 22, 23 e 24 nós não trabalhamos. Dia 25, o vereador Hilton de Aguiar entrou com um requerimento da cabeça dele me tirando da comissão — afirmou.
O vereador disse que está com a consciência tranquila.
— Quando eu faço uma questão de ordem, eu pego questão númerica. Não por partido ou vereador. (…) Eu aleguei o porquê o partido do prefeito não tinha voz? Aí eles me tiraram que já estava nomeado. Tem uma série de erros, mas eu estou de consciência tranquila. O Ademir e uma jornalista do Portal Centro-Oeste usou as redes sociais para me atacar. (…) Depois ele chamou polícia. O enredo desse teatro já acontecia — disse.
‘Pior que a outra’
Edsom prosseguiu sua fala dizendo que a atual Câmara irá terminar pior do que a última legislatura.
— Pedi para tirar a proporcionalidade. Não sei porque ele me tirou. Eu fui a primeira pessoa destituída da história de Divinópolis em uma portaria. (…) Essa Câmara vai terminar pior que a outra. Não tem mais crédito. (…) Hora nenhuma eu fiz julgamento de valor e passei a mão em alguém. Não vou julgar e nem defender, só argumentei com o presidente que estava errado. Vamos acompanhar o que os cinco membros vão apresentar para a cidade — ressaltou.
Mesmo indignado com a situação, Edsom reconheceu que a Comissão atende os padrões solicitados por ele.
— A Comissão hoje está corretíssima na questão da proporcionalidade. Não podemos negar. Ela atinge os preceitos do artigo 86. (…) Mas eu não entendo. Por que o presidente me destituiu? (…) Já que ele afirmou que pediu minha saída, solicite ele um documento. (…) Eu acredito que a verdade venha a tona. Que ela chegue, doa a quem doer — pontua.