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Corregedoria de Ética determina suspensão dos pronunciamentos de Diego Espino

by Portalagora

A Corregedoria de Ética da Câmara decidiu por retirar o direito de fala do vereador Diego Espino (PSC) durante as reuniões legislativas pelo período de seis meses (180 dias). A punição, determinada em votação na manhã desta terça-feira, 18, é resultado da fala de Espino sobre a mãe do presidente afastado Eduardo Print Jr (PSDB). Em 30 de maio, durante seu pronunciamento na Tribuna, disse: 

— Não queria que você tivesse ido no enterro da minha mãe, mas eu queria ter ido no da sua. 

Diante da fala, uma representação foi apresentada à Corregedoria por “conduta incompatível com o decoro”. 

Na época, Diego Espino chegou a publicar, em suas redes sociais, um pedido de desculpas por sua fala no “calor do momento”.

No calor das emoções, a gente acaba falando coisas que às vezes a gente nem quer falar.

Nesta manhã, o vereador também usou a palavra para se defender do que classificou como “perseguição política diária”.

— Não posso fazer nada e olha que eu sou correto. (…) Ando na linha — citou. — Existe um juiz maior que chama povo e ano que vem tem sentença nas urnas. 

O membro do PSC relembrou o momento difícil enfrentado no período da morte de seus pais, ao mesmo tempo em que era alvo de um pedido de cassação na Câmara.

— Nenhum de vocês tiveram compaixão de mim, mas para me casar é toda hora. (…) Errei, sou ser humano e pedi perdão. (…) Jamais desejei a morte de uma mãe — ressaltou. 

Em seguida, o relator Flávio Marra (Patriota) votou pela suspensão do direito de fala do vereador durante os pronunciamentos nas reuniões ordinárias, extraordinárias e especiais. Em votações de projetos, o vereador ainda poderá se manifestar.

De acordo com Marra, as ofensas são de conhecimento público. Sobre a imunidade parlamentar, defendeu que o direito não “autoriza proferir e praticar atos em dissonância com a dignidade do Parlamento”.

— As prerrogativas da constituição não podem ser utilizadas em provérbio próprio para causa ou dano, mas sim em proveito da população — argumentou. 

Citando as regras morais da Câmara, Marra concluiu que Espino “violou seu dever funcional de agir com respeito no trato com as pessoas”, sem qualquer relação com as atividades parlamentares.

— Não tenho nada pessoal contra você. (…) Não estou aqui para fiscalizar vereador — acrescentou. 

Membro da comissão, Ana Paula do Quintino (PSC) solicitou a redução do período de suspensão da fala para 120 dias. 

— A mesma mão que pesar aqui hoje terá que pesar nas próximas que vierem. (…) Julgar um colega que entrou pelo voto popular não é fácil — afirmou, ao cobrar o mesmo rigor.

Já a seu companheiro de partido, Ana pediu mais autocontrole e citou que, com os ânimos à flor da pele, “é facinho a gente usar aquele microfone e falar coisa que não deve”.

— Quando eu não tenho certeza, eu não abro a minha boca. (…) É preciso ser ponderado. (…) Até o pensamento vaza da nossa mente e é usado contra a gente. Aqui dentro o jogo é muito pesado — finalizou. 

Presidente da Corregedoria, Ademir Silva (MDB) defendeu a retomada do compromisso com o respeito dentro da Câmara. 

— Não estamos aqui para punir vereador, mas para valorizar o trabalho da Câmara.

A Espino, prometeu o princípio da igualdade, com punição adequada para qualquer vereador com denúncias apuradas e comprovadas encaminhadas à Corregedoria.

— Todas as reclamações serão investigadas. E se tiver legalidade e provas suficientes e contundentes todos terão o relatório aprovado.

Contexto

O desentendimento começou quando Diego Espino (PSC) criticou o vereador Eduardo Print Jr. (PSDB). Ele relembrou o período difícil que viveu em 2022, quando perdeu seus pais e, na Câmara, enfrentava pedido de cassação. 

— Eu perdi meu pai e minha mãe porque, infelizmente, eu não tive a compreensão do vereador Eduardo Print Jr quando meu pai estava com câncer. Eu pedi ele encarecidamente que postergasse, não que finalizasse. (…) ‘Meu pai está com câncer e me pergunta todo dia se eu vou ser cassado’. (…) Mas ele não teve compaixão de mim.

A frase mais pesada foi dita em seguida. 

— Foi o único vereador que foi no enterro da minha mãe e eu queria que você não tivesse ido no enterro da minha mãe. Não queria que você tivesse ido no enterro da minha mãe, mas eu queria ter ido no da sua. (…) Aqui, todo mundo fala sobre família, mas quando eu volto para casa eu estou sozinho. Não tenho nem meu pai nem minha mãe. 

Citado diretamente, Print pediu direito de resposta, concedido pelo presidente em substituição, Israel da Farmácia (PDT). Eduardo ressaltou ter ido ao enterro da mãe de Espino por solidariedade. Ele voltou a cobrar respeito do vereador, denunciado em mais de uma oportunidade na Corregedoria de Ética. 

— Esse ser falou que minha mãe deveria ter morrido no lugar da mãe dele. É um absurdo usar as palavras dessa forma. Se eu fui ao velório da sua mãe, foi em presteza a você. Lá eu não te falei nada, não te cobrei nada, só fui te dar um abraço, cara. Não fui fazer mais nada lá.

 

 

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