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Investigado confessa ter asfixiado, amarrado e esfaqueado Sheilla

by Portalagora

 

Bruno Bueno

Asfixia, facadas e até golpes de telha. A coletiva da Polícia Civil (PC), na tarde de ontem, detalhou o desaparecimento de Sheilla Angelis e chocou nos detalhes. Os delegados revelaram que Rafael Monteiro, suspeito preso no Rio de Janeiro desde o último domingo, confessou ter assassinado a vítima no dia 9 de setembro. Letícia Oliveira, namorada de Rafael, também está detida na capital carioca.

De acordo com a PC, o casal ainda não tem previsão de transferência para Divinópolis, mas espera que seja o mais rápido possível. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) já acatou o pedido de prisão preventiva por latrocínio, o roubo seguido de morte. A solicitação foi encaminhada   ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, para autorização da transferência, esperada para “o mais rápido possível”.

A linha do tempo

O delegado Weslley Castro que chefiou a equipe da PC no Rio de Janeiro narrou a linha do tempo do crime. Às 12h, Rafael solicitou uma corrida via aplicativo e recusou diversos motoristas até ser aceito por Sheilla.

— O objetivo era observar a motorista em determinadas situações. Durante o dia, ele já planejou como praticaria o crime — explicou.

Por volta de 18h30, Rafael solicitou o telefone de um adolescente na Praça do Santuário. Ele ligou para Sheilla e solicitou uma nova corrida. 

— No fim do trajeto, nas imediações do bairro Elizabeth Nogueira, o suspeito abordou a vítima com uma faca no pescoço e ordenou que ela saísse do carro — acrescentou.

Detalhes do crime

Durante a ameaça, Sheilla reagiu. Rafael tentou desmaiar a vítima com um golpe e não conseguiu. Tentou asfixiá-la e também não obteve sucesso. Encontrou telhas jogadas no terreno e, brutalmente, golpeou a vítima com o material por diversas vezes. Desfalecida, Sheilla ainda foi enforcada com uma corda. Não se sabe se ela morreu no local.

— Ele pegou essa corda e partiu em dois. Com um pedaço fez um nó algema, isto é, amarrou os punhos e passou pelos braços dentro da blusa. Colocou a vítima no porta-malas e ainda desferiu quatro facadas nas costas — afirma o delegado.

Exames periciais no veículo apontaram grande quantidade de sangue no fundo do porta-malas, assim como a presença de digitais. O laudo médico ainda confirmará a causa da morte de Sheilla, mas a principal suspeita é asfixia.

A trajetória de Rafael

Rafael continuou sua jornada com a vítima no porta-malas. Saiu rumo ao bairro Paraíso, onde jogou fora os celulares de Sheilla. Partiu em direção às proximidades do Hospital São João de Deus, próximo a sua residência.

— Neste momento, Letícia, a namorada, solicitou, por volta das 19h40, uma corrida via aplicativo para o local onde Rafael estava. A psicóloga levava três malas grandes e dois gatos. Comunicou ao motorista que estava de mudança para o Rio de Janeiro — explicou.

Ele tentou guardar os pertences de Letícia no porta-malas de Rafael, mas foi impedido pelo suspeito. As malas foram deixadas no banco de trás. Assim, por volta das 20h30, o casal seguiu para o Rio de Janeiro no carro da vítima, que se encontrava morta no porta-malas.

A ocultação do cadáver

Rafael sabia que precisava se livrar do corpo de Sheilla. A ocultação aconteceu na comunidade de Trindade, próximo a Marilândia, conforme a PC. Letícia afirmou em depoimento que até o momento não sabia de nada. Ao ver que se tratava de um corpo, pediu para que o namorado confessasse o crime à polícia ou ela a denunciaria. O suspeito teria a ameaçado e, após a ocultação, eles seguiram viagem.

Às 00h17, o casal tenta passar uma compra em São João del Rei, caminho do destino final, mas não obtém sucesso. Rafael usa seu cartão em um dos pedágios da BR-040 e confirma a suspeita da PC: ele estava sob posse do carro de Sheilla. Às 06h, eles chegam na capital carioca e tentam, mais uma vez sem sucesso, comprar com o cartão da motorista de aplicativo.

A investigação

O desaparecimento de Sheilla causou comoção em toda cidade. De imediato, a Polícia Civil iniciou as investigações. Quarenta e oito horas depois, o órgão já havia identificado o casal em posse do veículo. O trabalho contou também com o apoio do Poder Judiciário e Ministério Público.

— Representamos, no dia 14 de setembro, a prisão preventiva de Rafael. O mandado saiu no dia seguinte. Ele não foi preso porque as investigações precisavam continuar. Sabíamos que ele estava no Rio, mas não onde — explica o chefe do 7º Departamento de Polícia Civil, Flávio Destro.

No dia 27, a Polícia Civil verificou que um tênis encontrado próximo a um corpo em Marilândia era de Sheilla. A confirmação foi feita por familiares. A identificação do corpo ainda depende de exame de DNA, a ser realizado no Instituto Médico-Legal (IML), em Belo Horizonte.

A investigação prosseguiu e os policiais conseguiram imagens de deslocamento do casal na capital carioca. Assim, no dia 29 de setembro, a prisão temporária de Letícia também foi decretada. A viagem da equipe de Divinópolis para o Rio estava marcada para o dia 2 de outubro, segunda, onde o casal seria preso de surpresa.

Prisão

Antes disso, no dia 1º de outubro, um casal foi preso suspeito de maus-tratos a animais no bairro do Botafogo, no Rio. Dois gatos estavam presos dentro de um veículo. O que os policiais cariocas não poderiam imaginar era que, na delegacia, iriam constatar que o carro era produto de roubo. Ao ligarem para a Polícia Civil de Minas Gerais, constataram que os ocupantes tinham mandados de prisão de latrocínio em aberto. O carro era o que Sheilla utilizava antes de desaparecer.

De imediato, a equipe de Divinópolis se deslocou para o Rio e iniciou os depoimentos do casal. Rafael confessou o crime e forneceu a maioria dos detalhes para as autoridades mineiras. Disse que cumpriu ordens de uma terceira pessoa. A PC investiga essa possibilidade. Letícia, por sua vez, alega que só ficou sabendo da situação no momento da ocultação do cadáver.

Os dois seguem presos no Rio de Janeiro e devem ser transferidos para Divinópolis o mais rápido possível. No entanto, segundo a PC, ainda não há previsão.

A motivação

Rafael afirma que uma terceira pessoa mandou matar Sheilla. No entanto, nada ainda foi confirmado pela Polícia Civil. O argumento pode ser verídico ou, segundo a PC, uma simples estratégia de defesa. As investigações prosseguem.

As autoridades trabalham neste momento com o crime de latrocínio.

A repercussão

Uma amiga da motorista de aplicativo relatou ao Agora, no mês passado, que teve contato pela última vez com Sheilla às 17h58 de sábado, por mensagem no WhatsApp. Ela soube do sumiço após a ligação de uma outra amiga.

— Ela me ligou perguntando se eu sabia da Sheilla, porque ela ficou de buscá-la às 21h. Como a Sheilla não atrasa em seus compromissos, eu já desconfiei que algo havia acontecido — relatou à época.

Manifestações nas redes sociais e na sede de órgãos judiciais e de segurança pública foram realizadas por amigos e familiares em busca de Justiça. 

O futuro

Quase um mês depois, o alívio da prisão chegou para confortar a dor da perda. No entanto, muitos detalhes ainda devem ser revelados posteriormente. O Agora segue acompanhando o caso. 

 

 

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