Jorge Guimarães
O Índice de Consumo dos Lares Mineiros, pesquisado mensalmente pela Associação Mineira de Supermercados (Amis), registrou crescimento de 5,04% em agosto sobre o mesmo mês do ano passado. O levantamento monitora o comportamento da demanda nos supermercados em todo o estado.
Acumulado
Quando analisado o desempenho acumulado de janeiro a agosto, frente a igual período do ano passado, a variação da demanda também foi positiva: +2,51%.
— O desempenho até agosto nos deixa otimista em relação às nossas projeções, porque sinaliza que a previsão feita no início do ano, de chegar a 2,85% de crescimento em 2023, deverá ser alcançada — projeta o presidente executivo da Amis, Antônio Claret Nametala.
Números
Os números, já deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram ainda que, em agosto sobre julho, houve ligeira redução no consumo, com desempenho negativo de 0,05%.
— É uma variação absolutamente normal e eu diria que já era até esperada pelo setor. Primeiramente, tivemos um impacto importante no calendário, com cinco fins de semana em julho e quatro em agosto. O final de semana registra a maior demanda nas lojas supermercadistas, portanto um a menos faz muita diferença. Por outro lado, tivemos a base elevada de julho — aponta o executivo.
Crescimento
Em relação ao crescimento sobre o ano passado, tanto no comparativo mesmo mês quanto no acumulado do ano, Claret atribui ao desempenho da economia mineira, especialmente na atração de investimentos e geração de postos de trabalho.
— Minas Gerais tem mostrado crescimento do nível de emprego acima da média nacional e com números bem melhores do que o verificado no ano passado. A segurança de estar empregado traz a confiança ao consumidor de fazer as compras do lar com mais itens no carrinho, o que reflete na demanda no setor — explica.
Regiões
Quanto à demanda por regiões, a Central teve o maior crescimento, enquanto o Sul registrou a maior retração em agosto.
— Para explicar essa variação, precisamos voltar ao mês anterior: em julho, foi o Sul que teve o maior crescimento na demanda entre todas as regiões. Isso ocorreu, principalmente, com a economia aquecida pelo turismo durante as férias, além da colheita, especialmente do café, fatores que elevam a geração de emprego e renda além do número de pessoas em meados do ano na região. Toda essa movimentação representa maior fluxo de clientes nos supermercados — informa Claret.
Porém, em agosto, observa-se exatamente o movimento contrário: a ausência desses fatores e a consequente redução da demanda.
— A diminuição das colheitas leva à redução de trabalhadores temporários no Sul, o que se verifica também em regiões mais fortes no agronegócio, como no Triângulo e Alto Paranaíba, e do número de turistas, com o fim das férias, diminuindo assim a massa de consumidores — analisa.
Segundo ele, isso explica também o maior crescimento na região Central.
— Os consumidores que estavam em férias retornam e precisam fazer suas compras de reposição, o que justifica o melhor desempenho do Índice de Consumo em agosto na região Central, onde está o maior contingente populacional do estado — detalha.
Já a região Centro-Oeste tem um crescimento acumulado no decorrer do ano de 2,46%.
Superminas
Empresários do setor supermercadista agora têm suas atenções voltadas para o maior evento empresarial de Minas Gerais e o segundo maior do segmento supermercadista em todo o País. A 35ª edição da Superminas será realizada na próxima semana, de 17 a 19 de outubro, no Expominas, em Belo Horizonte.
O evento promove o encontro de proprietários, executivos, compradores do segmento supermercadista com a indústria fornecedora de todas as regiões mineiras e do Brasil. Na última edição, em 2022, os negócios gerados foram da ordem de R$ 2,37 bilhões, com um total de 547 expositores/patrocinadores.
Na parte de congresso, este ano os auditórios recebem cerca de 80 atrações como palestras, minicursos, reuniões e workshops e consultorias.