Matheus Augusto
Os motoristas do transporte coletivo aguardam, nas próximas semanas, uma proposta de reajuste salarial. Caso contrário, a categoria não descarta uma paralisação diante da defasagem salarial e jornada excessiva de trabalho. A informação é do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sinttrodiv), Erivaldo Adami.
A reunião, na segunda-feira, entre representantes do sindicato e das empresas do ramo terminou sem acordo. Um novo encontro foi agendado para o dia 8 de abril, às 15h. O prazo foi solicitado pelas empresas, que devem se reunir na próxima semana com o Executivo em busca de melhores condições de sustentabilidade econômica para o transporte.
Caso as conversas entre Prefeitura e empresas não avancem, o sindicato não descarta uma paralisação.
— Pelo que vemos, ninguém quer o diálogo e entender o lado do trabalhador — lamentou.
Sindicato
O presidente sindical informou que a classe ainda não recebeu nenhuma proposta de reajuste. A busca é por, no mínimo, 7% de correção salarial – o ideal seria 12%.
— A patronal alega que a Prefeitura ainda não fez nenhuma proposta de reajuste da tarifa — ressaltou.
As demandas dos profissionais envolvem, ainda, o pagamento integral de horas extras e plano de saúde, aumento de 12% no vale-alimentação e seguro de vida.
Outra cobrança é por melhores condições de trabalho. Segundo Ademi, decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) estabelece o intervalo obrigatório de 11 horas entre o final de uma jornada de trabalho e o início de outra.
— Mais de 30% dos trabalhadores não usufruem desse intervalo — aponta.
Dentre os fatores apontados pelo presidente, o quadro reduzido de profissionais e as linhas de reforço — sendo 35 pela manhã e 35 no período da tarde.
Consórcio
O Consórcio informou à reportagem encarar com “preocupação” o cenário do transporte coletivo na cidade.
— Entramos no quinto ano sem reajuste das tarifas. Qualquer empresa e trabalhador sabem a insustentabilidade de manter uma prestação de serviços com qualidade sem recomposição inflacionária — explicou.
A frota do consórcio TransOeste, conforme o consórcio, já foi a mais nova do país e se encontra em idade avançada.
Sobre as negociações trabalhistas, reconheceu a importância das demandas dos profissionais, porém mencionou os entraves descritos acima.
— Os trabalhadores precisam de reajuste, mas precisamos da compreensão de todos sobre as dificuldades enfrentadas pelas empresas — conclui.
Prefeitura
Ao Agora, a Prefeitura reforçou que não haverá reajuste da tarifa neste ano. Em contrapartida, é repassado R$ 530 mil mensalmente de subsídio ao transporte coletivo.