A escalada do medo, a insegurança e a incapacidade de encontrar solução para os conflitos cada vez mais complexos e que começaram sorrateiramente, tem levado casais à busca cotidiana por justiça, como se o sistema judicial pudesse dar conta do caos em que estão mergulhados. Exigir justiça, no entanto, cada vez mais é confundido com vingança. Para a justiça efetivamente ser um valor ético e social, precisa urgentemente se descolar do desejo de justiçamento de violação dos direitos fundamentais. É reencontrar a justiça com a palavra e com a escuta é que fará com que todos saiam desse atoleiro. As pessoas precisam entender que só se mede um relacionamento pelo comprometimento e aliança que o casal faz um com o outro. Pessoas omissas se perdem, não se posicionam, é melhor se posicionar desagradando do que fazer só para agradar, isso torna a pessoa morna e gente morna é indigesta. As palavras se tornam ferramentas muito fracas quando o comportamento não é incoerente com elas. Quem é leal sempre demonstrará coerência e se fará admirado por isso. A energia deve ser posta onde há reciprocidade, se apenas um se doa, em algum momento ficará exausto, energia compartilhada é multiplicada, energia fracionada é aquela que somente um emite. Os pequenos gestos são merecedores de honraria. A mentira sempre gerará inquietude, mas seja sábio o suficiente para não julgar o caráter de alguém pautado apenas na intuição. O tempo deve ser um aliado, portanto, ofereça sempre o benefício da dúvida. Todo mentiroso sempre estará preso a um emaranhado de argumentos fantasiosos que ele cria. Contudo, não busque relacionar com pessoas perfeitas, elas simplesmente não existem, o segredo é estar ao lado de gente de verdade e que deixa tudo claro para você. Às vezes, a resposta que você procura está no comportamento da pessoa. Os sinais falam por si e seu amor próprio falará por ambos. O acesso deve ser dado somente para quem pode lhe dar destino. E, somente chega ao destino quem está seguindo o mesmo norte. Deus não erra. Deus não revoga suas leis e não negocia princípios. Pessoas não são descartáveis, não são somente para quando convém em benefício do outro. O amor torna tudo mais fácil e direciona as escolhas, a pergunta é: O futuro valerá o passado? Lembrando que o passado está sendo criado no agora, no presente. Fernando Pessoa vai dizer que qualquer terra larga tem capacidade de abrigar um castelo, mas onde estará o castelo se ele não for construído ali? E você, o que você está construindo?
Flavia Moreira. Advogada, pós-graduada em Direito Público, Direito Processual Civil, pelo IDDE em parceria com Universidade Coimbra de Portugal, ‘IUS GENTIUM CONIMBRIGGE, especialista em Direito de Família e Sucessões, associada ao IBDFAM e membro do Direito de Família da OAB/MG.
