Da Redação
As Paralimpíadas de Tóquio começaram no dia 24 de agosto, e para que você entenda melhor cada uma das classes funcionais e seus respectivos esportes, o Jornal Agora preparou um guia explicando o sistema de classificação funcional dos atletas em cada um dos 22 esportes do programa paralímpico.
A delegação brasileira já conquistou 42 medalhas até o momento e ocupa a 4ª posição no quadro de medalhas mundial. Mesmo com as conquistas dos atletas, ainda assim a população não sabe identificar as principais classes dos atletas brasileiros. Cada esporte dispõe de um sistema próprio de classificação, com siglas em referência ao nome do esporte ou da deficiência (na maioria em inglês), além de números que indicam o grau de comprometimento do atleta.
As classificações
O objetivo é garantir sempre a igualdade de condições na disputa. Para tal são feitos:
1) exames físicos
2) avaliação funcional, com testes de força muscular, amplitude de movimento articular, medição de membros e coordenação
3) exame técnico, que consiste na demonstração da prova em si, com o atleta usando as adaptações necessárias. Os avaliadores analisam a realização do movimento, a técnica utilizada, assim como as próteses e órteses.
Atletismo
Utiliza sistema de letras F e T para as identificações
F:(de field, em inglês) é utilizada para provas de campo, como arremessos e lançamentos.
T: (de track, em inglês) é utilizada para corridas de velocidade, fundo e saltos. Quanto menor a numeração, maior o grau de deficiência.
· T 11 a 13: deficientes visuais
· T 20: deficientes intelectuais
· T 31 a 38: paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes, 35 a 38 para andantes)
· T 40 e 41: anões
· T 42 a 44: deficiência nos membros inferiores
. T 45 a 47 deficiência nos membros superiores
· T 51 a 54: competem em cadeiras (sequelas de poliomielite, lesão medular e amputação)
. T 61 a 64: amputados de membros inferiores com prótese
· F 11 a 13: deficientes visuais
· F 20: deficientes intelectuais
· F 31 a 38: paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes, 35 a 38 para andantes)
· F 40 e 41: anões
· F 42 a 44: deficiência nos membros inferiores
. F 45 a 47: deficiência nos membros superiores
· F 51 a 57: competem em cadeiras (sequelas de poliomielite, lesão medular e amputação)
Basquete em cadeira de rodas
Os atletas recebem uma classificação funcional que varia de 1 a 4,5 pontos, de acordo com o comprometimento motor: quanto menor o comprometimento do atleta, maior a pontuação. Durante o jogo, a soma total dos cinco jogadores não pode ultrapassar os 14 pontos.
Bocha
Assim como as demais, a classificação varia de acordo com o grau de comprometimento motor e a necessidade de auxílio, como o uso de calha e de capacete com agulha.
BC1: podem ter auxílio para estabilizar a cadeira e receber a bola.
BC2: não há assistência.
BC3: atletas com deficiências muito severas, que utilizam instrumento auxiliar e podem ser ajudados por outra pessoa
BC4: atletas com deficiências severas que competem sem assistência
Canoagem
Existem apenas três classes:
KL1: usa somente os braços na remada
KL2: usa tronco e braços na remada
KL3: usa pernas, tronco e braços na remada
Ciclismo- De pista e estrada
Há quatro tipos de bicicletas que são indicadas por diferentes letras, B, H, T e C.
B: atletas com deficiência visual que competem com um ciclista sem deficiência no banco da frente.
H1–H4: atletas que utilizam a handbike (bicicleta especial em que o impulso é dado com os braços) e se posicionam deitados
H5: atletas que utilizam a handbike e se posicionam ajoelhados, utilizando a força dos braços e também do tronco para impulsão
T1–T2: atletas com paralisia cerebral que precisam competir usando um triciclo.
C1–C5: atletas com deficiência físico-motoras e/ou amputados que competem usando uma bicicleta convencional.
Esgrima de cadeira de rodas
São elegíveis atletas com deficiência física que afeta o movimento de pelo menos uma perna ou pé.
Categoria A: atletas com bom controle do tronco, em que o braço que porta a arma não é afetado pela deficiência. ·
Categoria B: atletas com deficiência que afeta o controle do tronco ou do braço que porta a arma.
Futebol de 5
Esta é a modalidade com maiores diferenças entre eles, já que os cegos totais devem ficar na linha, enquanto os goleiros devem ter visão normal.
Goalball
Todos os atletas usam vendas para que haja igualdade de condições.
B1 – cego total: nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos ou percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer formatos a qualquer distância ou em qualquer direção.
B2 – atletas com percepção de vultos.
B3 – atletas que conseguem definir imagens.
Hipismo
Classe I (dividida em Ia e Ib): cadeirantes com pouco equilíbrio do tronco e/ou debilitação de funções em todos os quatro membros
Classe II: cadeirantes ou com comprometimento severo do tronco e mínima limitação de membros ou comprometimento moderado de tronco, pernas e braços
Classe III: atletas com lesões severas nas pernas, com mínimo ou nenhum comprometimento de troco, ou com moderado comprometimento de pernas, troncos e braços.
Classe IV: reúne atletas com comprometimento severo em ambos os braços, com comprometimento moderado dos quatro membros, com baixa estatura ou com deficiência visual severa ou total (B1)
Classe V: deficiência em um membro ou deficiência leve em dois membros, comprometimento de amplitude de movimento ou da força muscular e atletas com deficiência visual moderada (B2)
Judô
Competem apenas deficientes visuais, com as mesmas classificações de B1,B2 e B3.
Natação
Já na natação as letras são para distinguir o estilo.
S: estilo livre, costas e borboleta.
SB: nado peito
SM: indicam eventos medley.
Como o nado peito exige maior impulsão com a perna, é comum que o atleta esteja em uma classe diferente neste estilo em relação aos outros. Quanto menor o número, maior a deficiência.
1–10: atletas com deficiências físicas.
11–13: atletas com deficiências visuais.
14: atletas com deficiências intelectuais
Parabadminton
O novo esporte tem seis classes funcionais
WH1: atletas cadeirantes, geralmente com deficiência em ambas as pernas e tronco
WH2: atletas cadeirantes em uma das pernas e mínima ou nenhuma limitação de tronco
SL3: atletas andantes com deficiência em uma ou duas pernas e com muita dificuldade de locomoção e equilíbrio
SL4: atletas andantes com deficiência em uma ou nas duas pernas, mas com pouca dificuldade de locomoção e equilíbrio
SU5: atletas com deficiência nos membros superiores, podendo ser ou não no braço da raquete
SH6: atletas de baixa estatura
Parataekwondo
Nas Paralimpíadas há combinação de duas classes funcionais em uma única disputa.
K44: atletas com amputação unilateral abaixo da articulação do cotovelo ou perda de função equivalente ou perda de dedos dos pés que afete a capacidade de levantar o tornozelo.
K43: atletas com restrições em ambos os lados abaixo da articulação do cotovelo ou dismelia bilateral.
Remo
PR1- remadores com função nula ou mínima de tronco, que precisam ser amarrados ao barco e impulsionam o barco principalmente através de braços e ombros.
PR2 – remadores com uso funcional dos braços e tronco, mas que ainda apresentam fraqueza/ausência da função das pernas para deslizar o assento. PR3 – Remadores com função residual nas pernas que lhes permite deslizar no assento. Esta classe também inclui atletas com deficiência visual, podendo haver até dois por barco de quatro.
Rugby em cadeira de rodas
Todos os atletas são tetraplégicos, variando entre de 0.5 a 3.5. Quanto maior o número, menor o comprometimento pela deficiência.
Tênis de msa
TT1, TT2, TT3, TT4 e TT5 – atletas cadeirantes
TT6, TT7, TT8, TT9, TT10 – atletas andantes
TT11 – atletas andantes com deficiência intelectual
Tiro com arco
W1: atletas com comprometimento em todos os quatro membros e que usem cadeira de rodas.
W2 e ST: atletas que têm deficiência nas pernas e usam cadeira de rodas ou que possuem deficiência de equilíbrio e atiram em pé ou com auxílio de um apoio.
Tiro esportivo
SH1: atletas que conseguem suportar o peso da arma: rifle ou pistola.
SH2: atletas que necessitam de suporte para apoiar a arma, somente o rifle.
Triatlo
PTWC, PTS4, PTS5, PTVI: Atletas cadeirantes, que utilizam handcycle e cadeira de rodas para corrida- PTWC1 (deficiências mais severas) e PTWC2 (menos severas).
PTS 2-5: Atletas com deficiências físico-motoras e paralisia cerebral andantes.
PTS2: para deficiências mais severas
PTS5: para deficiências mais moderadas. É permitido o uso de próteses para provas de ciclismo e corrida
PTVI: para deficientes visuais. Atletas são assistidos por um guia, e no ciclismo é usado a bicicleta tandem, para duas pessoas
Vôlei sentado
A formação em quadra permite no máximo um atleta VS2 por time
VS1: atletas com comprometimento significativo das funções do core, com amputações altas, membros encurtados no nascimento, rigidez anormal de articulações, tensão muscular e movimentos descoordenados e/ou involuntários.
VS2: atletas com comprometimento menos grave, como amputação de pés, de dedos de uma das mãos, casos mais brandos de tensão muscular, movimentos descoordenados e/ou involuntários.