Da Redação
Mães que procuraram por pediatras no Programa de Saúde da Família(PSF) em Carmo do Cajuru denunciam que estão tendo problemas desde o começo do ano por falta de assistência médica aos seus filhos. Em relatos ao Agora, foi apontada a falta de pediatras em todos os PSF’s. A situação gerou revolta entre os pais que precisam buscar atendimento em cidades vizinhas. A prefeitura da cidade informou em nota que o sistema de consultas médicas pediátricas mudou desde 2020.
A situação
A falta de profissionais como pediatras e ginecologistas vêm se agravando desde o início deste ano, quando os moradores começaram a sentir falta de assistência especializada nas unidades de saúde. Os atendimentos continuam sendo realizados apenas por clínico geral.
Apesar de os clínicos serem profissionais capacitados para fazer diagnósticos e encaminhamentos em situações de saúde de forma ampla, usuários das unidades de saúde reclamam a necessidade dos especialistas em outras áreas.
Segundo, um dos reclamantes, Luis Henrique, morador da cidade e pai de três crianças, uma delas de 4 meses, precisou ir até outra cidade para ter atendimento médico para ele.-
— Esses dias eu precisei levar minha menina para o pediatra, eu tive que pagar. A atendente do posto me orientou que eu tinha que esperar um mês, porque o pediatra vem aqui só uma vez no mês. Uma cidade desse tamanho, grande, e não tem pediatra. Eu tive que correr e ir para a Divinópolis para atender minha menina — revela.
Outra moradora, Magda Silva, também relatou que teve dificuldades para ter o diagnóstico médico do seu filho que passava mal durante a semana.
—Meu menino estava com febre alta, com dores de cabeça, nas pernas e braços; eu fui leva ele no posto e mesmo assim não teve um diagnóstico. Eu tenho que levar lá para o médico clínico fazer a triagem, depois ele dá o encaminhamento para o pediatra, aí depois marca a consulta com o pediatra, mas isso tudo demora muito— relata.
Outra, Adriana Rabelo mostrou sua insatisfação com os atendimentos médicos do PSF. Segundo ela, uma das suas gêmeas está com cristal na urina, fase inicial para o desenvolvimento de pedra nos rins, e que ambas as filhas passaram no clínico que pediu alguns exames, e somente uma deu alteração no exame de urina. Assim ela terá que passar pela triagem do PSF’s, consultar com o clínico novamente e aguardar que o medicamento faça efeito. Caso não faça, o médico pedirá um encaminhamento ao pediatra do posto.
— E aí e como que a gente faz? Eu preciso de pediatra para ela. Amanhã eu vou ter que ir no posto, marcar consulta com o clínico, para ele me dar um encaminhamento. Ai mandar para clínica, para marcar sabe lá que dia, já que as consultas são uma vez no mês — relata a mãe das gêmeas.
Prefeitura explica
Em falas da Prefeitura de Carmo do Cajuru:
Por meio de nota, a Prefeitura de Carmo do Cajuru, justifica que desde 2020, foi adotado no município um fluxo para atendimento pediátrico, e que buscou fazer valer os fluxos, pilares e valorizar o programa saúde da família como coordenação e ordenação do cuidado, sendo: a criança é avaliada na unidade de saúde pelos profissionais da equipe de Saúde da Família (eSF), que são enfermeiros, médicos e pelos profissionais da equipe Multiprofissional (eMulti), composta por educador física, fisioterapeuta, fonoaudióloga, nutricionista e psicólogo).
Conforme a nota, caso a demanda não possa ser resolvida na unidade e necessite de uma avaliação especializada, é realizado agendamento para a pediatria, na atenção especializada, que presta atendimento no município duas vezes no mês ou conforme demanda do número de crianças.
Caso a demanda esteja dentro dos critérios de urgência e emergência, segundo a Prefeitura, a criança é referenciada para o pronto atendimento e possivelmente, se necessário, para os níveis secundário e terciário, como UPA e hospital.
Segue afirmando que fluxo de atendimento tem apresentado êxito e cumpre com os as funções e pilares da atenção primária, através dos profissionais generalistas (que são profissionais aptos para desenvolver o cuidado em qualquer ponto da rede de atenção à saúde e, portanto, sua formação deve englobar conhecimentos, habilidades e atitudes que permitam desenvolver competências para o atendimento integral aos clientes dos distintos serviços de saúde e em suas diversas etapas da vida.
Encerra, afirmando que não há falta de atendimento pediátrico para as crianças, pois as demandas deverão ser sanadas dentro da Unidade de Atenção Primária à Saúde de referência, pelos profissionais que ali trabalham, caso não haja possibilidade, neste caso, os infantes serão encaminhados para a pediatria, assim como tem acontecido.
