Da Redação
Um vídeo publicado por uma mãe na noite desta quarta-feira, ganhou repercussão na manhã de ontem nas redes sociais. Nele, uma mulher critica o atendimento de uma médica a seu filho, no posto de saúde do bairro São José, em Divinópolis.
Na publicação, ela conta ter levado seu filho à unidade após ele apresentar uma infecção no ouvido. No local, porém, quem conduziu o atendimento foi o enfermeiro, e não a médica.
— O enfermeiro atendeu meu menino, a médica dentro da sala — contou.
Segundo ela, a profissional teria apenas recebido informações sobre o peso, a idade e quais medicamentos ele tomava.
— A médica passou a receita sem olhar meu menino — criticou.
A mãe lamentou o ocorrido, especialmente devido à unidade funcionar em horário estendido através do programa ‘Saúde na Hora’, até às 22h.
— Na verdade, funciona até a hora que a médica quer atender. Depois você é atendido pelo enfermeiro. Nada contra o enfermeiro, fui muito bem atendida por ele, inclusive é um colega de trabalho — conclui.
Em resposta ao Agora, a Prefeitura destacou que a mãe chegou à unidade por volta das 21h20, acompanhada de seu filho, que se queixava de dor de ouvido. Segundo a atual administração, ele foi prontamente atendido pelo enfermeiro, que comunicou à responsável a impossibilidade da médica avaliá-lo naquele momento, visto que ela estava atendendo os pacientes há mais tempo à espera.
O enfermeiro, então, coletou as informações, com realização de exames físicos, e repassou todos os dados à médica, que prescreveu a medicação.
— É um tipo de atendimento previsto pela política nacional, pode ser feito, é legal. Chama consulta compartilhada, que é justamente para dar resolubilidade aos casos na Atenção Primária — explicou.
Ainsa segundo a Prefeitura, é comum médico e enfermeiro compartilharem o atendimento, porém apenas o primeiro pode prescrever medicação.
— Porque os dois profissionais são capacitados e habilitados para fazer o exame físico. (…) Se ela prescreveu é porque ela [médica] teve segurança de acordo com o exame feito pelo enfermeiro — destacou.
A Prefeitura informou também que tenta, desde ontem, entrar em contato com a mãe para que, caso ela deseje, a criança seja reavaliada.
Ainda segundo o Município, conforme os relatos, não foi identificado nenhum indício de negligência na prestação do atendimento. Reconheceu, ainda, o direito da mãe em não concordar com o procedimento, mas destacou a importância da iniciativa para não deixar a criança desassistida.
Espera
Outra demanda na área da Saúde é o tempo na fila de espera para exames e consultas com especialistas. Em um dos casos aos quais o Agora teve acesso, uma paciente aguarda desde 18 de junho deste ano por um ultrassom das mamas. Sua posição, que em setembro era 1.537º, está em 1.495º.
Ela também aguarda desde 2020 por uma consulta com oftalmologista.
— Fui para fila de espera, nunca chamaram. Disseram simplesmente que não aparecia no sistema — contou à reportagem.
Um segundo pedido foi feito no ano passado. Atualmente, ela está na posição 464ª.
Em outro relato, este compartilhado pelas redes sociais, um cidadão aponta que sua esposa espera há seis meses por uma consulta com angiologista, estagnada na posição 1.397. Ele classificou a situação como “vergonha”.
— Se ela foi encaminhada para o especialista é porque o caso dela é sério — criticou.
A reportagem também questionou o Executivo sobre as ações em andamento para dar celeridade ao fluxo, porém também não obteve resposta.
