Leila Rodrigues
E já se passaram 51 dias de 2018. A esta altura o brasileiro já tirou férias e já encheu as praias do país. Já comeu camarão, queijo coalho, peixe frito, tomou cerveja, caipirinha e comprou todas as bugigangas possíveis e imagináveis sob o sol escaldante. Dizem que o país está em crise! Mas que as nossas praias ficaram lotadas, isso ninguém pode negar. Afinal, é direito do cidadão curtir as suas férias como ele bem entende e vamos combinar que a nossa costa é maravilhosa!
A esta altura o brasileiro já pulou carnaval, nem que seja na sala de casa assistindo os desfiles. Já sambou, já foi atrás do trio elétrico no mar de gente pelas ruas da Bahia ou se recolheu em oração como fizeram muitos adeptos.
Então podemos dizer que, agora vai?
Agora os alunos vão oficialmente assistir às aulas. Agora as empresas voltam a comprar, a vender, a negociar, a atender o telefone e a fazerem seus pedidos! Louvado seja!
Será que agora vai haver investimento? Será que agora vai ter emprego, gente boa de serviço, bolsa de valores subindo, risco Brasil despencando?
Quem suportou até aqui o país parado e conseguiu produzir, pode se considerar um vencedor.
Abram suas portas e suas janelas que lá vem o povo brasileiro começar de novo mais um ano. Começar apesar de, além de, por força de ou em função de. De alguma coisa que a gente carrega no peito que não desanima jamais.
Sempre haverão uns muito confiantes e outros muito pessimistas. Sempre haverão os que prevêem um futuro negro e os prevêem um futuro esplêndido.
A verdade é que, enquanto eles discutem o sexo dos anjos, existe uma turma que não parou. Que não esperou as férias de janeiro, nem tampouco o carnaval. É a turma que só festeja depois da colheita. É a turma que acorda cedo, a turma que faz a máquina girar.
E para os que estão chegando agora, embora atrasados são sempre bem-vindos. Antes tarde do que nunca!
Que venha o ano! Que venha sabedoria e discernimento na hora de fazermos nossas escolhas. Que venha de fato a maturidade que supomos possuir. Que venham as oportunidades para todos. E que possamos fazer delas uma ponte para nossas realizações.
Agora levanta dessa cadeira e vai! Vai fazer o que precisa ser feito. A festa acabou e é preciso semear de novo. Você já está atrasado. O resultado da próxima colheita começou lá atrás.
leila.palavras@gmail.com