Gisele Souto
A Escola Estadual Dona Antônia Valadares é a primeira escola de Divinópolis a aderir à greve dos servidores da educação. A decisão foi tomada depois de reunião entre eles e integrantes do Sindicato único dos Servidores da Educação (Sind-Ute), no fim da tarde da última terça-feira, 20. A unidade de ensino fica Centro da cidade e conta com aproximadamente 100 servidores.
Alguns dos funcionários conversaram com a reportagem ontem e afirmaram acreditar que outras escolas façam o mesmo. Cerca de 1,5 mil alunos entram e saem todos os dias da escola, mas ontem apenas um aviso fixado na porta principal avisando sobre a paralisação foi visto na portaria.
O sindicato faz uma verdadeira peregrinação pelas 33 escolas da cidade, há duas semanas, e comemora a decisão. Integrante da diretoria de políticas sociais da entidade em Divinópolis, Maria Catarina Laborê afirma que a tarefa é árdua, mas necessária. Ela informou que a Joaquim Nabuco, também na região central, irá aderir ao movimento amanhã e a São Vicente, no bairro Niterói, deve fazer o mesmo, depende apenas de uma reunião na tarde de hoje na escola.
Reivindicações
Além de outras cobranças, servidores reivindicam do Governo do Estado o reajuste do piso 2017 em 7,78%; o deste ano em 6,7%, aprovados pelo Ministério da Educação (MEC), retroativo de janeiro, fevereiro, março e abril de 2016. Além disso, solicita melhorias no Ipsemg, que está em situação caótica, segundo eles.
— Queremos também que seja revisto o pagamento do 13º salário, no nosso ponto de vista, muito injusto. Para piorar, esta semana houve atraso na data do pagamento. Esperamos que o governo cumpra realmente com a Lei Estadual 21.710, sancionada em 2015 — explica Maria Catarina.
Calendário da greve
Além das mobilizações locais nas escolas em busca de adesões, reuniões com representantes de outros sindicatos e órgãos que apoiam o movimento são realizadas, assim como assembleias em Belo Horizonte com a participação de servidores do interior em datas já agendadas.
Na última assembleia, no dia 15, quinta-feira passada, grevistas decidiram manter o movimento por tempo indeterminado. No mesmo dia, foi aprovado um novo encontro para amanhã, quando a categoria decidirá mais uma vez os rumos do movimento.
A paralisação foi deflagrada no dia 8 de março último e um dos motivos que levaram os profissionais da educação a entrarem em greve é o não pagamento do piso salarial. A assembleia de hoje ocorre no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), às 14h.