Ricardo Welbert
O vereador Edson Sousa (MDB) fez duras críticas aos seis colegas que votaram a favor do projeto de lei que abre brechas para a nomeação de parentes em cargos comissionados na Prefeitura de Divinópolis. Em entrevista à jornalista Gisele Souto no “Agora Entrevista”, programa que o Grupo Agora de Comunicação desenvolve para plataformas digitais, ele afirma que o governo de Galileu “caminha para um retrocesso”.
Edson ressalta que a lei anterior sobre as restrições ao nepotismo possuía 36 palavras. A alteração aprovada por 6 a 4 (porque 5 vereadores faltaram à votação e um se absteve) não contém a palavra “quaisquer”.
— Por que o prefeito retirou esse termo? O motivo disso é muito claro. Na Câmara tem uma bancada que só obedece à Prefeitura — diz Edson.
Para o parlamentar, a alteração não passa de favorecedora a uma interpretação jurídica.
— Com uma justiça lenta e morosa como a nossa, acho que aquele projeto foi encomendado pra terminar até 31 de dezembro de 2020, encomendado com a cara do senhor Galileu — pontua.
Futuro
Classificando a votação como “histórica”, Edson diz que agora é preciso esquecer o passado e observar o presente para interpretar melhor o futuro.
— Em breve nós veremos a encarnação da palavra “quaisquer”. Esse processo agora passou a ser conhecido como “um processo quaisquer” — acrescenta.
Após isso, o governo do prefeito emedebista “perdeu a alma”, segundo o vereador.
— Não tem liderança, não planeja, não sonha, não mostra. Divinópolis está entrando no estado mais perigoso de uma sociedade. Nós ainda não chegamos à decadência. Estamos estagnados e as consequências são gravíssimas — comenta.
Mudança de partido
O Agora informou as ocasiões em que Edson Sousa usou a tribuna da Câmara para dizer que não queria ficar no partido e implorar a Galileu que o libere.
— Não concordo mais com o planejamento. A política de governo de Galileu caminha para retrocesso. Sentiremos isso um pouco mais à frente. Por isso, não me sinto confortável. Mas o prefeito não aceita — argumenta.