O jornalista Walter Cardoso Gruen morreu neste domingo, dia 4, em Divinópolis. O sepultamento ocorreu às 16 horas, no Cemitério Parque da Colina. Gruen faleceu em decorrência de complicações da diabetes.
O jornalista era um dos mais conhecidos da cidade, com passagens por diversos veículos, incluindo o Jornal Agora. Atuou ainda em rádio e TV.
A diretora de jornalismo do Agora, Sonia Terra, esteve no velório e lamenta a perda.
– Walter foi colaborador e amigo. Era uma figura emblemática, que abordava com propriedade o que chamava de síndrome da incompetência generalizada e falência múltipla dos órgãos públicos – comenta.
Confira o depoimento do diretor responsável pelo Agora, Pedro Magalhães de Faria, a respeito de Gruen:
Conheci Walter na FADOM, ele vendendo livros de Direito, da forma mais desordenada possível, enquanto nós, estudantes, comprávamos tudo o que ele podia vender, à vista com desconto, e a prazo sem nada anotar. Levou muitos canos, pois o seu negócio era lucrativo e, como nunca foi organizado, ele nunca se lembrava dos valores devidos. “Paga aí o quanto você acha que é”, dizia sempre alegre e falante.
O tempo passou e Walter Gruen, além de vender livros, formou-se e acabou exercendo a profissão por aqui e em qualquer lugar que fosse possível. Depois de alguns problemas, resolveu que o seu negócio não era ser advogado e, sim, jornalista e “opinador”, por isso estava sempre em rádios, TV e nos diversos jornais em que teve oportunidade de mostrar a sua sapiência, quer no campo político ou no que ele mais gostava, o econômico.
Parece que o escriba, que nos deixou hoje, nunca teve a carteira assinada por qualquer órgão da imprensa, pois, além de nenhuma vaidade, não possuía o dom da pontualidade, o que sempre foi vital na informação.
Sábio, lia e estudava muito, falava com perfeição e escrevia muito bem. Além de colunista, foi dono de jornal impresso e on-line, e as portas das redações sempre estiveram abertas para ele.
Demorou, mas deixou de beber, seu principal problema com os patrões, mas não parou de fumar e a diabetes lhe foi fatal. Morreu aos 75 anos, mas deixou muitas saudades no meio jornalístico, pois sempre foi espirituoso e brincalhão, com um viés de autoritarismo. Adorava os militares e sempre achou que só com eles o Brasil encontraria o seu caminho. Morreu pensando assim.