Danielle Magalhães
Quando criança, o jovem Diego Medeiros, 26, já demonstrava seu talento na arte de desenhar e contava com o estímulo de seus pais. Apesar do apoio e do incentivo familiar, Diego não seguiu carreira na área naquela época – o que só viria a ser retomado novamente muitos anos depois. O resultado foi um sucesso nas redes sociais.
Conforme conta o jovem, com o passar dos anos, ele havia deixado de lado as canetas e os lápis. Diego não cogitava mais a possibilidade de se tornar um desenhista, até que, em 2016, de forma despretensiosa, fez um autorretrato. Foi em um simples sulfite A4, com uma caneta preta. O resultado foi surpreendente, mesmo após sua pausa durante alguns anos.
Diego ressalta que o resultado foi de uma satisfação pessoal tão grande que decidiu retomar sua arte.
— Foi tão libertador, que simplesmente comecei a rascunhar meus afetos e desafetos através de hachuras, rabiscos e camadas, resultantes de uma depressão — conta.
Técnica
Atualmente, Diego concilia sua carreira artística a de auxiliar administrativo. A técnica que utiliza se chama “Nankin”, de origem chinesa, e tem agradado ao público, que nas redes sociais se expressa por meio de comentários e pedidos de obras.
Em entrevista ao Agora, Diego relata que a possibilidade de desenhos profissionais veio com a repercussão de portraits de amigos e pessoas queridas em seu Instagram. De repente, alguns anônimos começaram a fazer pedidos e ele aceitou os desafios.
O artista geralmente tem como fontes de inspiração fotos ou momentos importantes solicitados previamente pelos modelos das ilustrações.
— À medida em que fui me aperfeiçoando e me dedicando aos sketches, senti a necessidade de usar materiais mais nobres, a fim de conferir certa elegância às peças. Tecnicamente, sou autodidata. Mas tenho influências de desenhos de moda, expressionismo, desenhos em quadrinhos e alguns pintores, como o austríaco Egon Schiele. Predominantemente, utilizo caneta nanquim, uma derivação do Nankin, uma arte milenar chinesa, cujo passado ajudou a difundir a escrita e a imprensa no extremo oriente, devido ao baixo custo e simples manuseio — explica Diego.
Exposição
Entusiasmado com o reconhecimento e o apoio da família e amigos, o artista planeja sua primeira exposição.
—Para uma futura exposição física, idealizei lustrar letras icônicas da Música Popular Brasileira. Em segundo momento, de forma mais intimista e seletiva, quero discutir o erotismo moderno, em tempos de comunicação instantânea e alguns tabus dentro da temática, que, inclusive, é bem recorrente no meu portfólio — detalha.
Alguns de seus trabalhos estão disponíveis em sua galeria no Instagram @vejaagaleria e sua nova página no Facebook @d.galeria.
